Mudanças graduais e abruptas: reflexões sobre sinais soletrados e compostos da Libras em uma abordagem construcional baseada no uso
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n3a36378Palavras-chave:
Sinais soletrados, Sinais compostos, Construcionalização, Libras.Resumo
A construcionalização de sinais soletrados e compostos da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é discutida no presente artigo. Para tanto, sob a ótica da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), adotamos o arcabouço da Gramática de Construções Baseada no Uso (GOLDBERG, 2006; HILPERT, 2014; PEREK, 2015; BYBEE, 2008, 2010), vertente que considera a construção a menor unidade do conhecimento linguístico, a fim de contemplarmos o modo como novos signos são formados nessa língua, via construcionalização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013). Discutimos, então, a formação, a fixação e a mudança, ou seja, o modo de incorporação ao sistema, de sinais soletrados e compostos, via construcionalização produto e construcionalização processo, tal como proposto em Cezario e Alonso (2019). Assim, abordamos casos de construcionalização lexical na Libras, por formação abrupta ou gradual, além de aspectos relacionados ao fenômeno, como o papel do empréstimo, das mudanças construcionais, da frequência e dos papéis dimensionais da produtividade, esquematicidade e composicionalidade desses itens. Defendemos, assim, a construcionalização como processo de mudança e de formação de itens e mostramos que ela explica a emergência de novas construções lexicais, advindas da datilologia e do processo morfológico da composição, ao se tornarem novas representações armazenadas no constructicon.
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