MoodP, AspP e TP na língua Jaminawa (variedade de Kayapucá): uma revisão à luz de teorias recentes no campo da Sintaxe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n1a41069

Palavras-chave:

Jaminawa, sintagma modo, aspecto, tempo, traços.

Resumo

Neste artigo, apresentamos uma discussão sobre a viabilidade da proposta de uma projeção funcional Modo para projetar as categorias de aspecto e tempo em Jaminawa (variedade de Kayapucá), a partir da hipótese de Soares, M. (2006), que propõe um sintagma Modo para as línguas Pano. Em se tratando das categorias Tempo, Aspecto e Modo (TAM), essas são estruturas, morfologicamente marcadas ou não, ocorrentes em sentenças de acordo com a sua orientação sequencial, temporal ou epistemológica. Na língua Jaminawa, a nossa hipótese é a de que os falantes distinguem os eventos verbais apenas em realizados e não-realizados (sendo que a certificação da veracidade do fato não pode ser feita), ou seja, esta língua apresentaria a categoria modo com o traço binário [realis] ([+realis]). Dessa forma, poderíamos relacionar o modo com o traço [+realis] da língua ao tempo passado (tendo o presente/agora como base) e o modo com o traço [-realis] ao tempo não-passado (eventos não realizados, em realização ou que ainda irão se realizar), o que nos permite considerar a proposta de Soares, M. (2006), quanto à possibilidade de se pensar em uma projeção funcional Modo (MoodP), como relevante para língua Jaminawa. Além disso, atestamos que existe uma dissociação entre os traços que compõem os morfemas TAM, levando-nos a propor uma diferença configuracional entre os núcleos funcionais Asp e T, ambos projetando os sintagmas AspP e TP, sendo o primeiro mais alto que o segundo na hierarquia sintagmática da língua sob análise.

Biografia do Autor

Shelton Lima de Souza, Universidade Federal do Acre (UFAC)

Possui graduação em Letras/Português do Brasil como Segunda Lingua (2006), mestrado em Linguística/Gramática (2008), ambos realizados na Universidade de Brasilia/UnB, e doutorado em Linguística (2017) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre/FAPAC. Professor Adjunto Nível 4 de Linguística e Língua Portuguesa no Centro de Educação, Letras e Artes/CELA da Universidade Federal do Acre/UFAC. Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagem e e Identidade/PPGLI/UFAC, atuando no Laboratório de Interculturalidade (LaBinter), pertencente a esse Programa. Membro do grupo de pesquisa GEADEL (Grupo de Estudos em Análise do Discurso e Ensino de Línguas). Professor colaborador do Programa de Pós-graduação Profissional em Letras/ProfLetras/UFAC. Coordenador do Polo Aplicador do Exame Celpe-Bras INEP/UFAC. Foi professor efetivo de Língua Portuguesa da educação básica na Secretaria de Educação de Goiás/SEE-GO. Suas principais áreas de atuação são: teoria e análise linguística (Fonética, Fonologia, Morfologia e Sintaxe de línguas indígenas, tais como Xerente (Jê) e Jaminawa (Pano)), ensino de português como L1/L2, análise do português em contraste com línguas indígenas e europeias para fins didáticos, análise e produção de material didático para o ensino de português como L1/L2 e estuda a inter-relação entre discursos, sexualidades, gêneros sociais e produção e (re)construção de identidades.

Downloads

Publicado

2021-04-12