Se-passivo, se-impessoal e sujeitos nulos indefinidos: uma abordagem minimalista para a perda e o surgimento de construções na gramática da língua
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n3a49509Palavras-chave:
se-passivo, se-impessoal, sujeitos nulos, português brasileiro, português europeuResumo
Contrariamente ao que tem sido proposto por parte da literatura gerativa, que vê a perda das construções com o chamado se-passivo no português brasileiro como resultado do enfraquecimento da concordância dos verbos transitivos, este artigo argumenta com base em dados empíricos de que a perda das construções com se-passivo na história do português brasileiro está crucialmente associada à perda de uma projeção funcional mais alta que T, nomeadamente: FP. Essa é a posição em que o verbo dessas construções estabelece concordância com o argumento interno no português europeu (RAPOSO; URIAGEREKA, 1996). Arrolamos esse achado às mudanças na gramática do português brasileiro desencadeadas pela perda de FP previstas por Pires (2006). Paralelamente, argumentamos que o surgimento das construções com sujeitos nulos indefinidos de 3ª pessoa singular, como em “Vende casas”, também não está associada à perda da concordância nos verbos transitivos e ao desuso do clítico se (passivo ou impessoal), como se tem tentativamente argumentado, mas, sim, à perda do traço-D de T, o que permitiu o português brasileiro – assim como outras línguas de sujeito nulo parcial – licenciar sujeitos nulos indefinidos de 3ª pessoa singular.
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