Reclamo: entre a Codicologia e a Paleografia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19n1a57283

Palavras-chave:

reclamos, Codicologia, Paleografia, manuscritos setecentistas, classificação por categorias.

Resumo

O reclamo, definido como grupo de letras ou palavras colocadas na margem inferior do fólio, e repetidas no início do fólio seguinte, com o objetivo de indicar a sequência dos cadernos ou dos fólios manuscritos, tem sido estudado pela Codicologia, por se tratar de um elemento com valor informativo sobre a reconstituição do códice ou do manuscrito para a datação de documentos. Entretanto, por configurar um registro escrito, as pesquisas sobre o reclamo entrelaçam métodos da Paleografia. Neste estudo, objetiva-se analisar a sua configuração e frequência em documentos setecentistas da capitania de Minas Gerais, classificando os reclamos a partir de categorias estabelecidas de acordo com as formas como aparecem registrados no texto. O resultado da análise identifica uma preferência do escrivão pelo uso do tipo “palavra” ao final do fólio, em comparação com o emprego de sílabas e de abreviaturas, por exemplo, transferindo para o reclamo uma preocupação com a agilidade da leitura. Sugere-se que os dados obtidos nesse resultado sejam inseridos em banco de dados que reúna informações sobre práticas manuscritas em documentos de vários tipos e centúrias, em língua portuguesa, produzidos no Brasil, a fim de que sejam examinados pelas metodologias da Codicologia e da Paleografia para a identificação, quantificação e análise de tendências de usos e meios na produção de códices ou de manuscritos avulsos, com o objetivo de compor um panorama desses fenômenos histórico-culturais.

Biografia do Autor

Marcelo Módolo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo (USP)

Possui graduação em Letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo (bacharelado e licenciatura: 1994); mestrado (1998) e doutorado (2004) em Filologia e Língua Portuguesa pela mesma Universidade. Pós-doutorado (2006) em linguística histórica e semântica cognitiva pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor de Filologia e Língua Portuguesa no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Presidente do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo GEL/SP (2021-2023), editor da Revista do GEL (2020), também foi editor da Revista Estudos Linguísticos do GEL e coautor (com o Professor Henrique Santos Braga) da coluna Academia, publicada mensalmente na revista Língua Portuguesa (Ed. Segmento), em que contribuiu para a divulgação científica de trabalhos do campo das Letras. Tem experiência na área de linguística e filologia, atuando principalmente nos seguintes temas: morfossintaxe do português de uma perspectiva cognitivo-funcionalista, filologia (crítica textual) de manuscritos modernos e divulgação científica.

Maria de Fátima Nunes Madeira, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo (USP)

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Filologia e Língua Portuguesa, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado

2023-04-27