“Há crianças portuguesas que só falam ‘brasileiro’”: indústria cultural, meios massivos de comunicação e contatos intralinguísticos no espaço variacional lusófono a partir de uma perspectiva histórica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19n1a57291

Palavras-chave:

espaço variacional lusófono, pluricentrismo, contatos (intra)linguísticos, meios de comunicação massiva

Resumo

A matéria intitulada “Há crianças portuguesas que só falam ‘brasileiro’”, publicada no Diário de Notícias em 10 de novembro de 2021, popularizou-se rapidamente, suscitando inúmeros debates sobre preconceito linguístico/discriminação linguística e, inclusive, xenofobia. Um tema crucial, no entanto, permaneceu pouco explorado: a questão de como a indústria cultural e os meios massivos de comunicação podem afetar as crenças e atitudes dos falantes – ou mesmo a própria língua, ao propiciar situações de contato que podem resultar em mudança linguística. Neste ensaio, partir-se-á do caso relatado pelo jornal português para discutir o papel dos meios massivos de comunicação como agentes facilitadores de contatos linguísticos. Para tanto, apresentar-se-á, inicialmente, uma breve análise do percurso histórico que levou à conformação do pluricentrismo do português, assim como ao atual sistema de interações entre variedades no espaço variacional lusófono. A seguir, serão propostas algumas reflexões sobre o impacto da indústria cultural e dos meios massivos de comunicação na difusão de determinadas variedades – tomando como exemplo o caso do português brasileiro em Portugal.

Biografia do Autor

Virginia Sita Farias, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP)

É Professora Adjunta de Língua Espanhola no Departamento de Letras Neolatinas da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ. Realizou pós-doutorado na Universität Paderborn / Alemanha entre 01.09.2018 e 30.04.2019 com bolsa da Fundação Alexander von Humboldt em cooperação com a CAPES. Possui Graduação em Letras Licenciatura com Habilitação em Português e Literaturas de Língua Portuguesa e Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS (2006), Mestrado em Lexicografia e Terminologia pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS (2009) (Bolsa CAPES), e Doutorado em Lexicografia e Terminologia pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS (2013) (Bolsa CNPq) - com período de doutorado sanduíche junto ao Institut für Romanistik da Universität Paderborn / Alemanha, entre 01.04.2012 e 31.03.2013 (Bolsa DAAD-CNPq). É integrante, na condição de Pesquisadora Externa, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Metalexicografia e Lexicografia, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS. Tem experiência de pesquisa em linguística / linguística aplicada, com ênfase em lexicografia, metalexicografia, lexicografia pedagógica (dicionários escolares), lexicologia, semântica lexical, políticas (intra)linguísticas e línguas pluricêntricas, pluricentrismo e codificação normativa/lexicográfica e espanhol e português como línguas pluricêntricas.

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Publicado

2023-04-27