Processamento de frases com o verbo gustar por aprendizes brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2022.v18n3a57458Palavras-chave:
processamento do input, gustar, interferência interlinguísticaResumo
A estrutura argumental do verbo gustar (em espanhol) se distingue do verbo gostar (em português) pelo ordenamento sintático preferencial, pela atribuição de papéis temáticos e pela frequência de uso. Essas distinções acarretam dificuldades na aquisição do verbo gustar por aprendizes lusofalantes, tanto pela interferência da L1, quanto pela tendência natural de processamento dos aprendizes, de interpretar automaticamente o primeiro (pro)nome como sujeito da frase, conforme o modelo de processamento do input - MPI (VANPATTEN, 1996, 2002, 2005, 2015). Neste artigo, discutimos os resultados de dois experimentos que visavam analisar o processamento do verbo gustar em espanhol como L2 por aprendizes brasileiros, observando efeitos de interferência interlinguística, bem como, verificando se o ordenamento sintático afeta o processamento do verbo gustar. Os dois experimentos abrangiam tarefas de julgamento de aceitabilidade (TJA) e de identificação do sujeito (TIS), realizadas de modo online, utilizando-se o PCIbex Farm. Além disso, todos os participantes responderam, pelo Google Forms, ao questionário de histórico linguístico para bilíngues, com dados necessários para traçar o seu perfil. De modo geral, os resultados evidenciaram que o desempenho dos participantes não parece ter sido influenciado pela semelhança estrutural entre as línguas e que os custos de processamento do verbo gustar podem ser explicados tanto pelo efeito de frequência de uso da estrutura na L2 quanto pelo princípio do primeiro nome, conforme proposto no MPI. Os resultados também mostraram que as duas tarefas (TJA e TIS) envolviam a compreensão das frases, mas com demandas de complexidade diversa.
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