Manutenção e inter-relação de linguagens: escrita, oralidade e linguagem não-verbal no candomblé de Cáceres - Mato Grosso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19nSup.a59333

Palavras-chave:

Sociolinguística, Candomblé, Sassain, Religião.

Resumo

Este artigo tem por objetivo investigar as formas linguísticas de herança africana nas práticas ritualísticas do candomblé de nação queto, considerada uma variedade de iorubá, em sua relação com a escrita e linguagem não-verbal. Para tanto, utilizamos como corpus de análise as letras das cantigas oriundas do ritual da Sassain. Neste estudo, analisamos apenas alguns itens do léxico para apontar os aspectos sociais e culturais dessa produção linguística em seu uso real, que acompanha o uso da escrita e linguagem não-verbal como marcador de identidade africanizada. Com o embasamento teórico da Sociolinguística e coleta de dados pautada na etnografia, explicamos através das relações sociais os fenômenos linguísticos, principalmente os ligados à manutenção e à resistência, nesse espaço religioso, que resiste desde o período colonial no Brasil como herança africana que sofreu todo tipo de supressão cultural e preconceitos, mas ainda busca a criação de uma África simbólica (Evaristo, 2012), adaptando-se para a manutenção de sua cultura e resistindo até hoje, principalmente apoiada nas religiões de matriz africana, que conservam essas práticas ancestrais através da língua, da culinária, das crenças e paramentas.

Biografia do Autor

Luiz Felipe Rodrigues da Silva, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Graduado em Licenciatura plena em Letras- Português/Inglês- Universidade do Estado de Mato Grosso; Mestrando em estudos linguístico pelo Programa de Pós-graduação - PPGL da Universidade do Estado de Matogrosso - UNEMAT. Realiza pesquisa na área da sociolinguística, com enfoque no contato do português e línguas do tronco iorubá em terreiros de candomblé.

Jocineide Macedo Karim, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Possui graduação em Letras pela Universidade do Estado de Mato Grosso (1993), Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP, 2004); Doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2012); realizou pesquisa de pós-doutorado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS, 2017). Desde 1998, atua como professora, no curso de Licenciatura em Letras, no Campus de Cáceres. Em 2014 credenciou como professora permanente do quadro de docentes no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da UNEMAT. Foi vice coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UNEMAT (Gestão 2019-2021). Atualmente coordena o projeto de pesquisa: A variação geográfica e atitudes: o olhar da sociolinguística sobre as publicações, propagandas e faixadas comerciais da cidade de Cáceres. É Vice-líder do grupo de pesquisa certificado pelo CNPQ: Mato Grosso: Falares e Modo de Dizer; é coordenadora do Núcleo de Pesquisa diversidade e variedade e línguas naturais-DIVALIM. É membro da Red-BayMis de las Universidad Nacional de Misiones (UNAM) y Universidad de Augsburgo (UNIA). Tem experiência nas áreas de Letras e Linguística, com ênfase na área da Sociolinguística e Dialetologia. Orienta pesquisas na linha teórica dos Estudos de processo e variação e mudança e de descrição, análise e documentação de línguas indígenas e em especial pesquisas que discutem os seguintes temas: variedades e diversidades linguísticas, comportamento e atitudes linguísticas, contato linguístico, variação linguística e ensino, estudos semântico-lexicais; é integrante do conselho editorial das revistas: Revista de Estudos Acadêmicos em Letras-REAL e Revista Traços de Linguagem do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Linguística da UNEMAT; É membro do Grupo de Trabalho em Estudos Linguísticos na Amazônia Brasileira - GT ELIAB - da ANPOLL.

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Publicado

2023-12-15