Língua e relações de poder: a polêmica relativamente arbitrária da linguagem não-binária
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19n3a60378Palavras-chave:
Língua, Mudança Linguística, Linguagem Não-binária, Atitudes Linguísticas, Relações de PoderResumo
O presente estudo propõe a reflexão acerca da língua portuguesa e as concernentes relações de poder que a constituem, tomando como objeto de ponderação a linguagem não-binária e seus pontos de convergência possíveis com o texto A língua – instruindo novos mundos/novas palavras, publicado na obra Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade, de Hooks (2013). Para tanto, costura-se um diálogo com outros autores que se dedicam ao tema, com a intenção de contribuir para os movimentos teóricos de ruptura com a maculada compreensão única da língua – a hegemônica – e reforçar a necessidade de mudarmos nosso modo de pensar no que compete à maneira como manipulamos certos léxicos no lócus social. Baseiam-se argumentos no conceito epistemológico de Foucault (1979), atinente às noções de poder, partidas do “apagamento” da multiformidade humana congênita de convicções conservadoras, perpetuantes em atos imanentes ao pensamento colonial. Soma-se às contribuições de Kilomba (2019), que ressignificam a forma sistemática como enxergamos a discursivização e seu peso semiótico, na efígie de vanguardas menosprezadas por instituições que são, por conjectura, majoritárias. Com o propósito de agregar aos estudos linguísticos, o artigo se dispõe a aferir a valia da chamada linguagem não-binária na lei brasileira e suas reverberações no ambiente escolar, assentada nas mobilizações de validação e paralisação de políticas públicas destinadas ao seu controle. Por fim, fala-se da parcialidade midiática, proposital ou contingente, correlata à “ideologia de gênero” e seu impacto na evolução de acordos societários pertinentes para o pluriculturalismo.
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