Qual(is) língua(s) você fala? Investigando crenças e atitudes linguísticas entre os Palikur-Arukwayene

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2023.v19nSup.a60394

Palavras-chave:

Crenças, atitudes linguísticas, Palikur-Arukwayene, Oiapoque

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as crenças e atitudes linguísticas da comunidade Palikur-Arukwayene em relação às línguas presentes em seu contexto– parikwaki, português, kheuol e francês –, considerando dinâmicas de poder, influências linguísticas e processos de estigmatização ou valorização linguística (Frosi, 2010; Faggion, 2010). O estudo está inserido no campo teórico da Sociolinguística e trata-se de uma pesquisa transversal, de abordagem mista, combinando elementos qualitativos e quantitativos. A investigação foi conduzida na Aldeia Kumenê, Terra Indígena Uaçá, Oiapoque, e visou compreender como os participantes avaliam e conferem valor às modalidades orais e escritas das línguas parikwaki, português, kheuol e francês, considerando contextos de uso e funções comunicativas. A análise das atitudes linguísticas dos sujeitos nos permitiu mapear relações de prestígio e desprestígio linguístico na comunidade, enquanto a compreensão do valor atribuído às modalidades orais e escritas nos possibilitou investigar padrões de uso em diferentes situações comunicativas. A pesquisa foi realizada através de questionários, aplicados a alunos, professores e membros da comunidade do Kumenê. Os resultados revelaram a influência do contexto social e educacional na (des)valorização das línguas sob análise, ressaltando a importância de políticas linguísticas que promovam a preservação e o desenvolvimento das línguas locais em ambientes educacionais e sociais diversos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elissandra Barros, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com bolsa do CNPq. Mestre em Letras / Linguística, pela Universidade Federal do Pará, Área de Descrição de Línguas Indígenas. Na pós-graduação, coordena e atua no Mestrado Profissional em Estudos de Cutura e Política; na graduação é docente do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, ambos na Universidade Federal do Amapá. É Tutora do Programa de Educação Tutorial - Conexão de Saberes (PET-Indígena). Participa de grupos de pesquisa com foco na descrição e documentação de línguas indígenas, em especial Parikwaki (Palikur) e Kuruaya. E líder do Núcleo Kusuvwi de Estudos Palikur-Arukwayene (NUKEPA-CNPq) e pesquisadora integrante do Núcleo de Estudos de Línguas Indígenas (NELI), do Núcleo de Estudos e Pesquisas Indígenas (NEPI) e do Digital repatriation of cultural heritage in the Global South: A model for open access to museum collections empowering indigenous communities in the Brazilian Amazon. Atua principalmente nas áreas de Linguística, Descrição e Documentação de Línguas Indígenas, Políticas Linguísticas, Educação Escolar Indígena e Estudos Culturais.

Lenise Felício Batista, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Graduada em Licenciatura Intercultural Indígena pela Universidade Federal do Amapá - Campus Binacional de Oiapoque. Indígena do povo Palikur-Arukwayene, participa de projetos de pesquisa Qual(is) língua(s) você fala? Rumo a identificação e salvaguarda das línguas indígenas do Oiapoque; Energia limpa, vida sustentável: fomento à educação escolar, à transmissão de práticas tradicionais e à geração de renda entre os povos indígenas do Baixo Oiapoque e Mapuera-Trombetas-Nhamundá (Calha Norte); Memórias de uma língua que não pôde ser falada; e Digital repatriation of cultural heritage in the Global South: A model for open access to museum collections empowering indigenous communities in the Brazilian Amazon. Integra o Núcleo Kusuvwi de Estudos Palikur-Aukwayene (NUKEPA) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Indígenas (NEPI).

Downloads

Publicado

2023-12-15