Ironia e textualidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n1a63038

Resumo

 A ironia sempre despertou interesse e debate em diversas áreas do conhecimento. No campo da linguística, estudiosos têm se dedicado a compreender e analisar as características e funções da ironia como uma forma peculiar de comunicação. A natureza paradoxal da ironia desafia abordagens convencionais, demandando uma investigação aprofundada em diversas áreas. Na análise dialógica de discursos, Brait (2008) a considera como parte de um cruzamento de vozes, destacando a intertextualidade. Este trabalho adota a perspectiva de Linda Hutcheon (2000), que, embora focada na crítica literária, integra a ironia ao contexto sociocultural. O objetivo é discutir a ironia não apenas por suas marcas linguísticas, mas como fenômeno textual-interacional e discursivo, analisando todo o circuito comunicativo. A abordagem privilegia uma visão descritiva e interpretativa, argumentando que a ironia deve ser compreendida dentro da “cena” em que ocorre. Hutcheon (2000) destaca que a ironia é parte de um processo comunicativo, enfatizando a importância de considerá-la nas relações entre intenções e interpretações. Os critérios propostos pela autora, como aresta crítica, complexidade referencial, intencionalidade atribuída, contrato comunicativo e marcadores de intertextualidade, são redefinidos nesta abordagem. O exemplar utilizado para análise foi extraído de postagens em redes sociais, representando diversos gêneros.

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Biografia do Autor

Mariza Angelica Paiva Brito, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Professora Adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB) e do Mestrado em Estudos da Linguagem (Unilab); Bolsista de Produtividade em Pesquisa da FUNCAP (BPI/CE); Pós-Doutora em Linguística de Texto, Mestre e Doutora em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFC. Líder do GELT - Grupo de Pesquisa em Linguística Textual (CNPq / UNILAB) e Vice-líder do PROTEXTO - Grupo de Pesquisa em Linguística (CNPq / UFC). Membro do GT Linguística do Texto e Análise da Conversação, da Associação Nacional de Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL); Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará; Desenvolve pesquisas na área de Linguística Textual, heterogeneidade enunciativa e argumentação.

Mônica Magalhães Cavalcante, Universidade Federal do Ceará (UFC)

É graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (1985); tem mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (1996) e doutorado em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco (2000). Em 2003, fez pós-doutorado em Linguística pela Unicamp. Desde 1989, é professora da Universidade Federal do Ceará e, atualmente, é bolsista CNPq de Produtividade em Pesquisa nível PQ-1. Tem experiência na área de linguística textual, com ênfase em referenciação, intertextualidade, metadiscursividade, argumentação, heterogeneidades enunciativas, gêneros do discurso, articulação tópica e sequências textuais.

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Publicado

2024-04-21