“Eu tinha trago um cigarro antes que tivesse chego em casa”: um estudo sobre a emergência de novas formas de particípio no PB
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n2a64479Resumo
Este trabalho observa a variação de formas no particípio passado no PB, buscando explicar a emergência e uso de formas inovadoras, tais como trago e chego. Estudos sobre o PB (Barbosa, 1993; Lobato 1999; Silva, 2008; Miara, 2013) mostraram que, em relação a formas inovadoras de particípio passado que estão sendo produzidas, os falantes teriam uma certa preferência pelas formas irregulares. Para atingir os objetivos do trabalho, dois experimentos (um de produção e outro de avaliação) foram aplicados a jovens falantes universitários. O suporte teórico do trabalho conjuga os pressupostos da Sociolinguística Variacionista (Weinreich, Labov e Herzog, 1968) e dos Modelos de Exemplares (Bybee, 2001, 2010; Pierrerrumbert, 2003, 2016. Conjugando os resultados de ambos os experimentos, é possível argumentar que a emergência das novas formas de particípio se deva a um processo de analogia por meio do qual formas já existentes na língua (chego e trago) sejam capturadas por redes mais robustas de formas de particípio (pego e pago), tendo em vista a similaridade fonética (presença da consoante [ɡ]) e o fato de serem itens já existentes na língua (verbos na forma de 1ª pessoa do singular, presente do indicativo). Além disso, a avaliação já não estigmatizada das formas inovadoras entre falante com maior escolaridade pode funcionar como um fator de propagação dessas formas pela comunidade de fala.
Palavras-chave: Particípio. Variação e mudança. Modelo de Exemplares.
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