Parâmetro do sujeito nulo na língua brasileira de sinais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65382

Resumo

O Parâmetro de Sujeito Nulo (PSN) tem sido historicamente estudado por pesquisadores da teoria gerativa (Chomsky, 1981; Rizzi, 1982). Estudos recentes (Holmberg; Nayudy; Sheehan, 2009; Holmberg, 2010; Kato; Duarte, 2021) indicam que, além da marcação positiva ou negativa em relação a um determinado parâmetro, há também a possibilidade de marcação parcial. Nesse contexto, com base na Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981, 1986), em estudos sobre o funcionamento dos parâmetros em ASL (Lillo-Martin, 1991), em estudos sobre a sintaxe da Libras (Quadros, 1999; Royer, 2019) e em pesquisas sobre o funcionamento do PSN (Chomsky, 1981; Rizzi, 1982), o presente trabalho discute o comportamento do PSN na Libras. Como metodologia, utilizou-se a transcrição de três vídeos de mulheres surdas em Libras. Para tanto, criou-se um vocabulário controlado (orações com e sem sujeito nulo; orações com e sem expletivo nulo; e orações com inversão de sujeito) no software ELAN. Tais transcrições produziram dados qualitativos e quantitativos, considerando que esses dados foram contabilizados e transcritos em forma de tradução e glosas para avaliação contextual. Os resultados demonstraram que a Libras se comporta como uma língua de sujeito nulo parcial, apresentando ocorrências de sujeito nulo em determinados contextos e a obrigatoriedade do sujeito explícito em outros, o que reforça essa marcação de PSN parcial. A presente pesquisa, portanto, pretende contribuir não apenas com os estudos linguísticos em geral, mas também, especificamente, com a compreensão sintática das línguas visuais-espaciais.
Palavras-chave: Parâmetro do sujeito nulo. Libras. Sintaxe. Teoria gerativa.

Biografia do Autor

Bianca Sena Gomes, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Professora no âmbito de Libras na Universidade Federal de Viçosa (UFV), possui doutorado e mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), orientada pela professora Ronice Quadros. Membro do Grupo de Estudos Linguísticos em Língua de Sinais, liderado pela professora Aline Pizzio, e líder do Grupo de Estudos Linguísticos de Bilinguismo, Tradução e Translinguagem (GELBITRA). Possui experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística de Língua de Sinais, atuando principalmente nos seguintes temas: Libras, educação de surdos, bilinguismo, translinguagem e aquisição da linguagem.

Marina Verniano, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Possui graduação em Letras - Português e Francês pela Universidade Federal de São Paulo (2018) e mestrado em Letras pela Universidade Federal de São Paulo (2022) na área de concentração de Estudos Linguísticos e linha de pesquisa Linguagem e Cognição. Doutoranda em Letras na área de concentração de Estudos Linguísticos e linha de pesquisa Linguagem e Cognição. Atuou como Professora Substituta no Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa (2022 - 2023). É integrante do Grupo de Estudos Abordagens Gerativas e Aquisição de Linguagem (AGeAL - UNIFESP) e coordenadora do Grupo de Estudos Linguísticos de Bilinguismo, Tradução e Translinguagem (GELBITRA - UFV). Atualmente é autora de planos de aula - Red House International School e professora bilíngue - Colégio Dom Bosco São Paulo. Possui interesse em estudos acerca da aquisição de linguagem, com ênfase na aquisição de segunda língua (AL2), através da perspectiva Gerativa.

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Publicado

2024-12-28