Entrevista com Denny Moore (DM) por Luciana Storto (LS)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65830

Resumo

Denny Moore (Dennis Albert Moore) é um linguista norte-americano radicado no Brasil que trabalha com a descrição e análise de Gavião (uma língua indígena do ramo Mondé da família Tupi) e que dedicou sua carreira ao desenvolvimento institucional da área de linguística indígena do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)em Belém, Pará, bem como a projetos econômicos e educacionais junto a povos indígenas. Denny contribuiu, ainda, para a formação de recursos humanos ao orientar e ajudar 23 alunos a se formarem em nível de pós-graduação em linguística indígena. Ele veio dos Estados Unidos durante seu doutorado e viveu entre os recém-contactados Gavião de Rondônia por dois anos e meio até aprender a falar a língua e concluir seu doutorado, que é uma análise formal da gramática da língua Gavião, em 1984. Depois do doutorado, decidiu viver no Brasil e contribuir para o desenvolvimento científico e institucional da área de linguística. Nesta conversa informal com Luciana Storto, uma das linguistas que orientou no estágio em linguística do MPEG e ajudou a formar na década de 1990, ele conta como se interessou pela pesquisa em linguística indígena e do rumo que tomou a sua carreira desde então até os dias atuais.

Biografia do Autor

Denny Moore, Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) - pesquisador titular aposentado

Dennis Albert Moore é um linguista especializado em línguas indígenas do Brasil. Ele se formou na Universidade de Michigan e obteve seu Ph.D. em Antropologia pela City University of New York em 1984. Desde a década de 1970, realizou pesquisas de campo com línguas indígenas, culminando em uma gramática da língua Gavião de Rondônia. Moore trabalhou no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e foi coordenador da Divisão de Linguística do Museu Paraense Emílio Goeldi, onde teve grande impacto no campo da linguística indígena.

Ao longo de sua carreira, orientou e auxiliou muitos estudantes brasileiros e estrangeiros interessados na descrição e análise de línguas indígenas, contribuindo para a institucionalização da linguística no Brasil. Também participou de censos populacionais e sociolinguísticos, mapeando a situação das línguas indígenas no país e apoiando comunidades indígenas em projetos educacionais e econômicos.

Influenciado pela teoria gerativa chomskyana, sua tese foi um dos primeiros trabalhos formalistas sobre uma língua indígena brasileira, a língua Gavião.

Luciana Storto, Universidade de São Paulo (USP)

Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Campinas (1988), mestrado em Linguistica - Pennsylvania State University (1994) e doutorado em Linguistica - MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY (1999). Atualmente é professor doutor MS-5 (Livre Docente) em regime de tempo integral da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: Em sintaxe, caso, concordância, movimento verbal, ordem de constituintes, estrutura argumental, foco e tópico, subordinação, orações não-finitas e aspecto. Em fonologia, nasalidade, tom, acento tonal, e glotalização. Bolsista de Produtividade de Pesquisa do CNPq - PQ-2

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Publicado

2024-12-28

Edição

Seção

Entrevista