Propósitos retóricos da metáfora da doença: estudo sobre títulos noticiosos da política portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2025.v21n2a68185Resumo
A presença da metáfora no discurso político, assim como em outras atividades, tornou-se tão frequente, que, muitas vezes, já não é percebida como tal. Muito além do seu efeito estético, a metáfora constitui uma ferramenta ao serviço de propósitos comunicativos, devido à sua capacidade de criar novas realidades. Neste trabalho, pretende-se estudar o uso da metáfora conceptual da doença no âmbito político português e os seus propósitos retóricos. Nesse sentido, desenvolveu-se um estudo exploratório que adota uma metodologia top-down, ou seja, que parte da metáfora conceptual da doença para os veículos (por exemplo, “cancro” ou “diagnóstico”) que concretizam a construção de diferentes metáforas linguísticas. A adoção desta metodologia resultou, até à data, num corpus composto por mais de 50 notícias sobre a política portuguesa, fornecendo uma base para uma análise mais aprofundada do enquadramento metafórico na comunicação política. Os dados apontam para a prevalência de veículos como “contaminado(s)”, “doente”, “diagnóstico” ou “sintoma” para a construção argumentativa da crítica ao adversário. Porém, existem também alguns casos em que a metáfora serve para credibilizar ou legitimar o enunciador, construindo uma imagem de herói ou salvador (cf. “médico”).
Palavras-chave: Metáfora conceptual. Metáfora linguística. Discurso político. Propósitos retóricos.
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