Da emergência de formas compostas para a expressão do antepretérito: construtos morfossintáticos e semânticos
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n3a49653Palavras-chave:
haver/ter, particípio, antepretérito, lírica profana, galego-portuguêsResumo
Em busca de indícios de emergência da forma composta de antepretérito, este artigo apresenta motivações morfossintático-semânticas que conduziram ao processo de gramaticalização de haver/ter como auxiliares mais particípio verbal. Via análise de dados provenientes de 1.680 cantigas medievais galego-portuguesas, a emergência do processo de gramaticalização de tempos compostos (haver/ter mais particípio) é retratada mediante quatro parâmetros de análise, dois deles referentes à seleção argumental de sujeito e de objeto, um acerca do tipo de combinação verbal e, ainda, outro para verificação de marcas morfológicas da forma participial, para que fosse possível detectar estágios de gramaticalização atrelados a princípios como estratificação, divergência, persistência, especialização e decategorização. Dessa guisa, vimos que as ocorrências evidenciaram, predominantemente, falta de coincidência entre sujeitos de haver/ter e particípio; noção de posse metafórica do objeto; combinação entre haver/ter muito mais com verbos que não contradizem a noção de posse e neutralização (masculino/singular) da estrutura participial. Ademais desses construtos contextuais que possibilitaram a gramaticalização de estruturas compostas de haver/ter no imperfeito mais particípio, outros tempos verbais combinados com o particípio, a depender do contexto, também manifestam a noção temporal de passado anterior a outro passado nas cantigas, quais sejam: presente do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo seguidos de particípio.
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