Contextos para sujeitos nulos em Português Brasileiro contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n3a51184

Palavras-chave:

sujeito nulo, análise de corpus, português brasileiro.

Resumo

Sujeitos nulos têm sido largamente investigados em línguas naturais. O português brasileiro (PB), em particular, desperta muito interesse pelo assunto, pois aparentemente o PB está em processo de mudança, de uma língua pro-drop para uma língua pro-drop parcial (cf. BIBERAUER et al., 2010; HOLMBERG et al., 2009; DUARTE; MARINS, 2021; SOARES et al., 2019). Neste artigo, investigamos sujeitos nulos em PB assumindo que sujeitos referenciais nulos são usados apenas em contextos “marcados”, específicos, enquanto sujeitos expressos são a estratégia “não marcada”, mais frequente. Analisamos um corpus contemporâneo de PB falado e encontramos 1.252 ocorrências de sujeitos nulos. Em seguida, apresentamos quatro fatores que são tradicionalmente conhecidos por desempenhar algum papel na determinação dos contextos ótimos para sujeitos nulos em PB (e várias outras línguas). Argumentamos aqui que todos esses quatro fatores são necessários e suficientes para explicar todas as ocorrências de sujeito nulo em qualquer corpus de PB falado contemporâneo. Analisamos todas as 1.252 ocorrências de sujeitos nulos no corpus e conseguimos explicar 99,8% dos dados, o que nos leva a uma melhor compreensão do fenômeno do sujeito nulo no PB, pelo menos que tange à identificação de seus contextos de licenciamento.

Biografia do Autor

Mônica Rigo Ayres, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutora em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e graduada em Letras - Licenciatura Português/Espanhol pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente desenvolve projeto de pós-doutorado na área de Processamento de Linguagem Natural, sobre etiquetagem automática morfossintática, na Universidade Federal do Ceará (UFC). É membro do Grupo de Pesquisa Computação e Linguagem Natural - CompLin e membro do Grupo de Pesquisa Significação, Forma e Contexto, registrados no CNPq. As pesquisas acadêmicas que têm seu especial interesse abrangem as áreas da Sintaxe, Morfossintaxe, Linguística Computacional e Processamento de Linguagem Natural.

Gabriel de Ávila Othero, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Adjunto do Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Cursou graduação em Letras Português e Letras Português/Inglês pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos (2001); é especialista em Estruturas da Língua Portuguesa pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA (2002); e concluiu seu Mestrado (2005) e Doutorado (2009) em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS; fez Pós-Doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2009-2010). Também é o editor-chefe da Revista Virtual de Estudos da Linguagem - ReVEL (ISSN 1678-8931, www.revel.inf.br , Qualis B1) desde 2003 e é coordenador da Coleção de Linguística da Editora Vozes (juntamente com Sergio de Moura Menuzzi), desde 2014. Atua nas áreas de sintaxe (e sua interface com semântica, estrutura informacional e prosódia), gramática do português brasileiro, Teoria da Otimidade e Linguística Computacional.

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Publicado

2021-11-03