O prosaico e o insólito no mundo desencantado
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v28i56.65433Palavras-chave:
modernidade, cotidiano, desencantamento, ficção latino-americana, insólitoResumo
A quebra da hierarquia que norteava a poética clássica entre o estilo elevado, trágico, vinculado aos grandes feitos heroicos, e os estilos médio e baixo, destinados, como as comédias, à vivência cotidiana do homem comum, despertou, na primeira metade do século passado, a atenção de teóricos como György Lukács, Walter Benjamin, Erich Auerbach, Theodor Adorno, Mikhail Bakthin, Bertolt Brecht, dentre outros. Colocando em diálogo essa tradição crítica e a reflexão posterior sobre o tema, desenvolvida, por exemplo, por Ian Watt, Franco Moretti e Jacques Rancière, o artigo prioriza as tensões entre a ênfase na dimensão do cotidiano, no campo da ficção, e a historicidade moderna. Por esse viés, discute a dissolução de fronteiras entre o cotidiano e o insólito na ficção latino-americana, considerando a atual ressignificação de gêneros, como, por exemplo, da narrativa de terror.
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