Da crítica à clínica: a política em Kafka por Deleuze e Guattari
DOI:
https://doi.org/10.59488/tragica.v15i3.53612Palavras-chave:
Kafka, Literatura menor, PolíticaResumo
Diante da questão: como funciona a política em Kafka?, tentamos demonstrar que seus procedimentos de escrita literária atestam uma política. A metodologia se deu a partir do estudo do livro Kafka: por uma literatura menor de Deleuze e Guattari, conectado a conceitos ali dispostos e articulados em diferentes matérias expressivas que auxiliassem na compreensão do problema. Temos o entendimento de que, para além de uma crítica, há uma clínica em Kafka, desde uma experimentação com a escrita. O resultado desta experiência é a constituição de uma máquina de expressão composta por cartas, novelas e romances. Cada gênero apresenta um procedimento político, desencadeado no encontro entre personagens e situações. Destes encontros entendemos que emerge uma literatura menor, que funciona como exercício de forças. Isso faz de Kafka o autor que professa um mundo por meio da maquinaria literária que adianta seu funcionamento através da constituição das relações engendradas em diferentes contextos (social, econômico, judiciário), enunciando, coletivamente, um povo subsumido nas engrenagens da máquina social. Da crítica dos filósofos à psicanálise, passa-se à clínica do social, ao evidenciar uma política da experimentação. Assim, os procedimentos do pacto diabólico, do devir animal e da desmontagem funcionam juntos, dando forma e força a uma literatura menor.
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