As implicações do texto multimodal na leitura: o caso das histórias em quadrinhos
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2016.v18n2a5374Resumo
Já há trabalhos suficientes no Brasil que autorizam a ampliação do conceito de texto para que ele possa abarcar também produções compostas por diferentes modalidades. Dessa forma, enxerga-se como texto não somente -- e exclusivamente -- o enunciado verbal escrito, mas também o formado por elementos de ordem visual. Essa concepção, que tem sido cara aos estudos do campo da Linguística Textual brasileira contemporânea, traz como consequência um novo olhar sobre a acepção de leitura, elemento-chave para a questão do ensino. A proposta deste artigo é justamente refletir sobre esses aspectos, ou seja, como a concepção atual do que seja um texto reflete no modo como a leitura passa a ser trabalhada no ensino. O recorte da exposição serão as histórias em quadrinhos. Buscar-se-á relembrar que elas eram vistas como “má leitura” no país durante boa parte da segunda metade do século 20 e demonstrar como esse olhar mudou após o estímulo da presença de diferentes gêneros no ensino, compostos por enunciados tanto com conteúdos verbais quanto visuais -- marca da linguagem que compõe as histórias em quadrinhos. O resultado desse confronto histórico revela o quanto mudou a concepção de leitura no âmbito educacional brasileiro. De produções excluídas e criticadas por serem verbo-visuais, elas passaram a ser aceitas e até estimuladas por programas oficiais de fomento à leitura justamente por conta da multimodalidade.Downloads
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