A dimensão cognitiva/social da linguagem em capas de revistas brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2011.v10n0a3933Abstract
Este trabalho propõe a apresentação de uma parte da pesquisa, em andamento, “Discurso e imagem em capas de revistas brasileiras: ideologia e sedução”. O corpus da pesquisa constitui-se de capas de revistas brasileiras que atestam a presença feminina ao longo do tempo (séculos XIX ao XXI). Neste breve artigo, pretendemos discutir como se realiza o processo de construção de sentido na mídia impressa, na interseção da dimensão cognitiva e social da linguagem, a partir da análise de quatro capas de revistas de épocas distintas (1900/1967/1993/2010), considerando-se que as capas de revistas não só agregam sentidos múltiplos, perceptíveis pela integração da mensagem verbal e visual, como também funcionam como “chamariz” do público (elementos de atração). A pesquisa pretende apontar, nesse jogo de captação, de que valores/lugares - relativos às ideias que pretende ressaltar - o sujeito comunicante lança mão a fim de imprimir relevo a certas particularidades dos elementos apresentados. Como fundamento teórico, utilizamos as proposições gerais da Análise Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau, em especial, as constantes na obra sobre mídia (2006a) e no artigo sobre estereótipos e representações sociais (2006b). Além desse suporte, consideramos as reflexões da Nova Retórica, sobre os lugares da argumentação, com Perelman; Olbrechts-Tyteca (2005) e, especificamente sobre a mensagem visual, valemo-nos dos estudos de Aumont (2005), Guimarães (2004) e Santaella; N¶th (2005). A análise atesta, então, que a capa de revista é produto de uma “seleção orientada” de imagens e palavras, com forte apelo persuasivo, cujo objetivo será a compra do exemplar da revista pelo consumidor.
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