INDEXAÇÃO SOCIAL DE GÊNERO E SEXUALIDADE: CONTRIBUIÇÕES AOS ESTUDOS BRASILEIROS
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n1a39666Schlagworte:
Variação, Indexação Social, Sexualidade.Abstract
Este artigo aborda a questão da indexação social da sexualidade. O artigo apresenta uma revisão de estudos, com base em dados de falantes do PB, que focalizam especificamente a identidade de gênero gay masculino e que compõem o estado da arte sobre o tema até o momento, abordando aspectos característicos da fala de homossexuais brasileiros a partir de duas perspectivas: (i) a construção de dicionários com “dialetos” de grupos LGBT+ e (ii) características que indexam o pertencimento a um grupo especificamente LGBT+ a partir de pistas fonológicas/acústicas, morfológicas e sintáticas. São também apresentados resultados do estudo piloto de Gonçalves (2019) sobre a variabilidade da produção da coda (s) em homens homossexuais e heterossexuais com o objetivo de verificar sua relação com a indexação social da orientação sexual dos dois grupos.
Literaturhinweise
BARBUIO, E. Percepção da orientação sexual de homens gays e heterossexuais por meio de características acústicas da fala. João Pessoa: UFPB, 2016. Dissertação (Mestrado em Linguística). Universidade Federal da Paraíba. Programa de Pós-Graduação em Linguística – João Pessoa, 2016, 137p.
BRAGA JUNIOR, S. J. L. O jargão LGBTQ em Rupaul's Drag Race traduzido e legendado por fãs: um estudo baseado em corpus. Fortaleza: UFCE, 2020. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução). Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução – Fortaleza, 2020, 96p.
CASASANTO, L. S. What do Listeners Know about Sociolinguistic Variation? UPenn Working Papers in Linguistics: Selected Papers from NWAV 37, n. 15, v. 2, p. 38-49, 2010.
CHESEBRO, J. W. Gayspeak: Gay male & lesbian communication. The Pilgrim Press, 132 West 31 St., New York, NY 10001, 1981.
CLOPPER, C. G.; PISONI, D. B. Some acoustic cues for the perceptual categorization of American English regional dialects. Journal of Phonetics v. 32, p. 111-40, 2004.
CRIST, S. Duration of onset consonants in gay male stereotyped speech. U. Penn Working Papers in Linguistics, Volume 4. 3, 1997.
CRISTÓFARO SILVA, T.; GOMES, C. A. Fonologia na perspectiva dos Modelos de Exemplares. In: GOMES, C. A (org.). Fonologia na perspectiva dos Modelos de Exemplares: para além da dicotomia natureza/cultura na ciência linguística. São Paulo: Contexto, 2020, p. 13-36.
CRISTÓFARO SILVA, T.; SEARA, I.; SILVA, A.; RAUBER, A.; CANTONI, M. M. Fonética Acústica: os sons do português brasileiro. 1.ed. São Paulo: Editora Contexto, 2019. 272p.
ECKERT, P.; LABOV, W. Phonetics, phonology and social meaning. Journal of sociolinguistics, v. 21, n. 4, p. 467-496, 2017.
FELIX, R. de A. A. Adjetivo superlativo na fala de homens gays: uma discussão sociolinguística. Araraquara: UNESP, 2016. Dissertação (Mestrado em Linguística). Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho. Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa – Araraquara, 2016, 97p.
FLEGE, J. E.; HILLENBRAND, J. Diferential use of temporal cues to the /s/- /z/ contrast by native and non-native speakers of English. Journal of the. Acoustical. Society of. America, v. 79, n.2, 1986, pp. 508-17.
FRY, P. Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.
GONÇALVES, D. T. Indexação social da sexualidade de falantes gays cariocas. IN: I Fórum Internacional de Sociolinguística, 1., 2019, Rio de Janeiro. Caderno de Resumos, Rio de Janeiro, 2019, p. 213-214.
HAYES, J. J. Gayspeak. Quarterly Journal of Speech, v. 62, n. 3, p. 256-266, 1976.
KULICK, D. Gay and lesbian language. Annual review of anthropology, v. 29, n. 1, p. 243-285, 2000.
LABOV, W. The social motivation of a sound change. Word, v. 19, n. 3, p. 273-309, 1963.
LAMBERT, W. E., HODGSON, R. C., GARDNER, R. C., & FILLENBAUM, S. Evaluational reactions to spoken languages. The Journal of Abnormal and Social Psychology, 60(1), 44, 1960.
LAU, H. D. Será que toda “mona” fala “bichês”? A questão da linguagem e identidade da comunidade LGBT. Temática, v. 13, n. 3, p. 160-174, mar. 2017.
LEAP, W. (ed.). Beyond the lavender lexicon: Authenticity, imagination, and appropriation in lesbian and gay languages. Routledge, 1995.
LEVON, E. Hearing gay: Prosody, interpretation and the affective judments of men´s speech. American Speech 81 (1): 56-78, 2006.
LINVILLE, S. E. Acoustic correlates of perceived versus actual sexual orientation in men's speech. Folia Phoniactrica et Logopaedica, 50, 35–48, 1998.
LUMBY, M. E. Homophobia: The quest for a valid scale. Journal of Homosexuality, v. 2, n. 1, p. 39-48, 1976.
MENDES, R. B. Diminutivos como marcadores de sexo/gênero. Revista Linguíʃtica, v. 8, n. 1, 2012.
MENDES, R. B. Percepção e performance de masculinidades: efeitos da concordância nominal de número e da pronúncia de/e/nasal. São Paulo: USP, 2018. Tese de Doutorado. Tese de Livre Docência. 225f. Universidade de São Paulo, 2018.
MORAES, J. A. de. À propos des marques prosodiques du style effeminé em portugais brésilien. IN: FONAGY, I.; PERROT, Jean. Polyphonie pour Ivan Fonagy. Editions L'Harmattan, 1997.
MOURA, J. R. F. de. Da sombra às cores: análise discursiva do dicionário LGBTs Aurélia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2018. Dissertação (Mestrado em Linguística). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Linguística – Rio de Janeiro, 2018, 148p.
OLIVEIRA, R. G. de. A variação articulatória em libras e a orientação sexual do surdo: estudo sobre captura de movimentos e percepção linguística. São Paulo: USP, 2017. Tese de Doutorado (Doutorado em Semiótica e Linguística Geral). Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral – Rio de Janeiro, 2017, 316p.
PERES, N. da C. Uso e apropriação do Pajubá na construção de uma identidade LGBT. Jaraguão: UNIPAMPA, 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras) – Universidade Federal do Pampa, Campus de Jaguarão, 2017.
PONTE, M. R. Life in a parking lot: An ethnography of a homosexual drive‐in.. In Deviance: Field Studies and Self‐Disclosures, Edited by: Jacobs, Jerry. 7–29. Palo Alto: National Press, 1974.
R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2020. URL https://www.R-project.org/.
RIBEIRO, A. B. O. Usos linguísticos de lésbicas e de gays: questões de identidade e estilo. Florianópolis: UFSC, 2020. Dissertação (Mestrado em Linguística). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Linguística – Florianópolis, 2020, 157p.
RINGER, R. J. (ed.). Queer words, queer images: Communication and the construction of homosexuality. NYU Press, 1994.
SANTANA, W. P. da S. Variação de gênero gramatical como indexador de identidade gay. Florianópolis: UFSC, 2018. Dissertação (Mestrado em Linguística). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Linguística – Florianópolis, 2018, 112p.
SCIPPE, V. A.; LIBI, F. Aurélia - A Dicionária da Língua Afiada. São Paulo: Editora da Bispa, 2006. Disponível em: <https://groups.google.com/forum/#!topic/liesfi/ enjGWax4bxA>. Acesso em: 07 nov. 2020.
SILVA FILHO, M. R. De Bajubá em Bajubá, onde será que vai dar? apropriações, classificações e relações de poder em Belém-PA. In: II Encontro da Sociedade Brasileira de Sociologia da Região Norte, 2010, Belém. CD Virtual da II SBS Norte, 2010.
SILVA, D. I. S. C. da; SANTOS, O. J. S. dos. Semântica, Gênero e sexualidade: o conceito dos pajubás da comunidade LGBT. Revista Magistro, v. 2, n. 16, 2017.
SONENSCHEIN D. 1969. The homosexual’s language. J. Sex Res. 5(4):281–91
VIP, A; LIBI, F. Aurélia, a Dicionária da Língua Afiada. Editora do Bispo: São Paulo, 2006, 143p.
WEBBINK, P. Nonverbal behavior and lesbian/gay orientation. In: Gender and nonverbal behavior. Springer, New York, NY, 1981. p. 253-259.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Transferência de direitos autorais - Autorização para publicação
Caso o artigo submetido seja aprovado para publicação, já fica acordado que o autor autoriza a UFRJ a reproduzi-lo e publicá-lo na Diadorim: Revista de Estudos Linguísticos e Literários, entendendo-se os termos "reprodução" e "publicação" conforme definição respectivamente dos incisos VI e I do artigo 5° da Lei 9610/98. O artigo poderá ser acessado pela internet, a título gratuito, para consulta e reprodução de exemplar do artigo para uso próprio de quem a consulta. Essa autorização de publicação não tem limitação de tempo, ficando a UFRJ responsável pela manutenção da identificação do autor do artigo.
A Revista Diadorim utiliza uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).