“SI YO TUVIERA” OU “SI YO TUVIESE”: A VARIAÇÃO NA REALIZAÇÃO DO PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO ESPANHOL

Autor/innen

  • Leonardo Lennertz Marcotulio Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • David Batista de Jesus Travassos Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40827

Schlagworte:

variação linguística, pretérito imperfeito do subjuntivo, desinência -ra, desinência -se, língua espanhola.

Abstract

No espanhol atual, as desinências -ra e -se são identificadas como formas desinenciais do pretérito imperfeito do subjuntivo devido à evolução da língua, sendo a primeira derivada do pretérito mais-que-perfeito do indicativo latino (amaveram) e a segunda do pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo (amavissem). Isto posto, neste trabalho, à luz da sociolinguística variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1972, 1978, 1994), buscamos, de modo geral, entender este processo de variação linguística. Pretendemos, ainda: (i) identificar fatores linguísticos que condicionam a alternância -ra/-se em construções condicionais da língua espanhola para a expressão da noção de irrealidade; (ii) verificar se fatores extralinguísticos como as categorias gênero e área geográfica/região condicionam a alternância -ra/-se; e (iii) investigar, eventualmente, se a desinência -se está se especializando, tendo seu uso restrito a contextos específicos. O nosso corpus está constituído de Cartas de Leitores de dois periódicos online: El País, da Espanha, e La Nación, da Argentina. A delimitação do corpus escrito deu-se em função de que, em relação à alternância entre as variantes -ra e -se, talvez, esta última forma seja mais facilmente encontrada na modalidade escrita do que na modalidade oral/falada (ROJO, 2011, p. 214), tendo em vista seu paulatino declive (PÉREZ TORRES, 2014; STERCK, 2000). Realizamos, assim, uma análise estatística com o auxílio do programa computacional GoldvarbX (TAGLIMONTE, 2006; SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005). Para esta análise, consideramos os seguintes fatores: (1) forma verbal; (2) estrutura verbal; (3) paradigma de conjugação do verbo; (4) pessoa gramatical; (5) estrutura das cláusulas condicionais; (6) gênero; (7) jornal/variedade; e (8) províncias/cidades da Espanha. Como resultado, identificamos, em ambas as variedades, a predominância da variante -ra nas orações condicionais, em detrimento da -se, que se mostra pouco frequente na competição para a expressão da noção de irrealidade/contrafactualidade.

Autor/innen-Biografien

Leonardo Lennertz Marcotulio, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduação em Português-Espanhol (2006), Mestrado em Língua Portuguesa (2008), Doutorado em Língua Portuguesa (2012) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Pós-doutorado em Linguística Histórica (2015-2016) pela Universidade de Santiago de Compostela.

David Batista de Jesus Travassos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduação em Português-Espanhol pela Fundação Educacional Unificada Campograndense (2018) e mestrado em Língua Espanhola pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2020).

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Veröffentlicht

2021-09-20

Ausgabe

Rubrik

Dossiê de Língua/Language Dossier