Educação decolonial: opa!!! Não, essa escola tem que começar a ser diferente
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2020.v22n2a34373Keywords:
Colonialidade, Decolonialidade, Educação Escolar Indígena, Resistência, Reexistência.Abstract
Este artigo visa discutir os processos de resistência e reexistência empregados por professores indígenas, não indígenas e membros de uma comunidade Guarani, situada no Norte do Paraná, tendo como propósito a construção de um currículo intercultural, no qual os conhecimentos, a cultura, o modo de ser, ensinar, aprender e viver indígena sejam respeitados e valorizados assim como outras ciências e culturas. Metodologicamente, este se estudo se caracteriza como qualitativa/interpretativista etnográfica (LUDKE; ANDRÉ, 1986; ANDRÉ, 1995), especificamente uma etnografia da linguagem (GARCEZ; SCHULTZ, 2015), pois, além de procurarmos entender como se articulam as vozes na construção desse currículo indígena, também participamos das discussões e reflexões nesse processo. Para a geração de dados, utilizamos a observação participante, entrevistas semiestruturadas, rodas de conversa e diário de campo. A análise foi realizada a luz das teorias do pensamento decolonial (MIGNOLO, 2003, 2010; QUIJANO, 2005), pedagogias decoloniais (WALSH, 2013, 2017) as epistemologias do sul (MENESES; SANTOS, 2010). A análise dos dados nos leva a concluir que: : a) os Guarani do Pinhalzinho estão conscientes do papel e do poder que a educação exerce dentro e fora da comunidade, por isso defendem um ensino que, além de formar os alunos academicamente, também se preocupe com a formação política; b) a organização política da comunidade e as práticas de engajamento e de resistência têm feito diferença na educação escolar indígena dessa comunidade; c) os resultados apontam para a ausência de diálogos por parte do sistema educacional no processo de construção de políticas educacionais relacionadas à educação escolar indígena, assim como se identifica d) o distanciamento em relação ao que a Constituição Federal (1988) e a Lei de Diretrizes e Bases (1996) determinam sobre a autonomia no gerenciamento de recursos e a construção de currículos próprios e a prática administrativa da SEED. Assim, assinalamos a perpetuação de práticas colonialistas por parte do sistema educacional do Paraná.
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