RESPIRAR E RESISTIR: ENTREVISTA COM GRAÇA GRAÚNA
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n1a50394Keywords:
Graça Graúna, literatura indígena, literatura de resistência, escreviver.Abstract
Graça Graúna é indígena do povo Potiguara do Rio Grande do Norte, escritora, crítica literária e professora da Universidade de Pernambuco (UPE), na área de Literatura e no Curso de Licenciatura em Ciências Sociais. Possui doutorado em Teoria Literária (UFPE) e pós-doutorado em Educação, Literatura e Direitos Indígenas (UMESP). É autora de livros de literatura e teoria: Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil, referência nos estudos sobre literatura indígena; Canto mestizo; Tessituras da terra; Tear da palavra; Flor da mata; Criaturas de Ñanderu; e Fios do tempo (quase haikais). Nesta entrevista, Graça Graúna responde a questões sobre a concepção e publicação da literatura indígena, suas especificidades no Brasil, a atuação da mulher escritora indígena, direitos humanos, a prática do “escreviver”, a presença indígena na literatura modernista e sua mais recente publicação: Fios do tempo (quase haikais), livro lançado no final de 2021. Reconhecendo como literatura indígena um conjunto abrangente de produções orais e escritas, a poeta chama a atenção para seu caráter coletivo, ancestral, de resistência e resiliência. Ela destaca a importância da mulher indígena nos campos da educação, da política e das artes. Em sua produção, reconhece a forte presença de questões sociais, principalmente as relacionadas a direitos humanos e ao meio ambiente, além da responsabilidade de escrever sobre o universo indígena, ainda desconhecido por muitos. Adepta da prática do escreviver, Graça Graúna ressalta que a escrita é concebida por ela de forma ampla, estando presente não só nos textos impressos, mas também nas diversas artes dos povos originários.
Graça Graúna is from the Potiguara people of Rio Grande do Norte. She is a writer, literary critic and professor at the University of Pernambuco (UPE). She holds a PhD in Literary Theory (UFPE) and completed postdoctoral research in Education, Literature and Indigenous Rights (UMESP). She is the author of books on literature and theory, including: Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil, reference in studies on indigenous literature; Canto mestizo; Tessituras da terra; Tear da palavra; Flor da mata; Criaturas de Ñanderu; and Fios do tempo (quase haikais). In this interview, Graúna answers questions about the conception and publication of Indigenous literature and its particularities in Brazil, Indigenous woman writers, human rights, the practice of escreviver (life-writing), the Indigenous presence in Brazilian modernist literature, and her most recent publication: Fios do tempo (quase haikais). By conceiving Indigenous literature as a comprehensive set of oral and written works, the poet draws attention to its collective, ancestral character of resistance and resilience. She highlights the importance of Indigenous women in the fields of education, politics, and the arts. In her work, she recognizes the strong presence of social issues, especially those related to human rights and the environment, in addition to the responsibility of writing about the Indigenous culture, still unknown to many. A practitioner of life-writing, Graça Graúna approaches writing with a broad angle, including in her definition not only the printed texts, but also other arts of native peoples.
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