Escolhas linguisticas e argumentação: reflexões sobre produção textual para estudantes de diret=itol

Auteurs-es

  • Ana Lúcia Tinoco Cabral UNICSUL - Universidade Cruzeiro do Sul
  • Manoel Francisco Guaranha UNICSUL - Universidade Cruzeiro do Sul

DOI :

https://doi.org/10.35520/diadorim.2016.v18n2a5368

Résumé

As aulas de Língua Portuguesa nos cursos universitários têm entre seus objetivos tornar os estudantes proficientes na produção de textos adequados à especificidade da área de atuação do futuro profissional. Toda atividade profissional envolve, em algum momento, a escrita de textos argumentativos, sobretudo no caso do Direito, foco deste trabalho. Acreditamos que a elabora- ção de um texto se dá, entre outras coisas, pelo arranjo dos elementos de língua, conforme as possibilidades que a ela oferece e as limitações que ela impõe; além disso, o produtor, atuando em interação, conta com a partilha de valores com o leitor para a realização de seu projeto de dizer, numa relação intersubjetiva, em determinado quadro enunciativo. Dito isso, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a relação entre língua e texto no ensino de escrita e leitura para estudantes de Direito, destacando a importância das escolhas linguísticas para a eficácia argumentativa de um texto. Recorrendo a exemplar do contexto jurídico, a decisão STF HC 106.212, de 24/3/2011, que determinou a Constitucionalidade do artigo 41 da Lei Maria da Penha, as análises focalizam escolhas linguísticas que, na sua articulação, conferem força argumentativa aos enunciados. Orientando-nos por vertentes teóricas que concebem a língua como atividade interacional, social e cognitiva, encaramos a escrita como um processo de escolhas, combinação e organização de elementos linguísticos, visando à construção de um todo dotado de sentido. Tal postura vai ao encontro da atual abordagem teórica da LT (Linguística Textual), na qual a produção de um texto é uma atividade de linguagem sociocognitiva situada e motivada por objetivos enunciativos, e os fenômenos da argumentação alinham-se a crenças culturais, englobando: contexto, escolhas linguísticas e organização do discurso. Esta análise associa, os postulados de Ducrot (1980; 1984), a Linguística de Texto (Koch, 2004; Coirier, Gaonac'h e Passerault, 1996; Kellogg e Whiteford, 2012).

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Publié-e

2016-12-19

Numéro

Rubrique

Artigos