OS CAMINHOS DO DIABO PELAS CAPITAIS DO NORTE E DO NORDESTE: UM ESTUDO GEOLINGUÍSTICO COM BASE NO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n1a39767Parole chiave:
Léxico, Religião e Crenças, Atlas Linguístico do BrasilAbstract
O artigo apresenta um estudo sobre o campo léxico-semântico da religião e das crenças. Buscou-se fazer uma análise das denominações utilizadas pelos falantes das capitais do Norte e do Nordeste do Brasil para nomear o item lexical diabo. Para isso, utilizaram-se inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil, realizados com 120 informantes, distribuídos equitativamente por ambos os sexos, em duas faixas etárias e dois níveis de escolaridade, selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Contemporânea. Pautando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística Pluridimensional, analisou-se a primeira pergunta do Questionário Semântico-Lexical referente à área semântica da religião e das crenças, com o intuito de documentar a riqueza sinonímica para a variante diabo. Os dados foram coletados através da pergunta: “Deus está no céu e no inferno está ...?”. Foram documentadas trinta e uma variantes: anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa ruim, cramunhão, criatura, cruz-credo, demo, demônio, desgraça, diabo, encardido, enxofre, inimigo, lúcifer, nefisto, príncipe dos céus, sapirico, satã, satanás, sujo, tinhoso, troço. A lexia diabo foi a resposta com maior frequência no corpus do trabalho, perfazendo um total de 30% dos dados, seguida de satanás (18%), cão (11,7%), demônio (9,3%), capeta (7,8%) e lúcifer (6%). O estudo serviu para demonstrar a diversidade linguística e cultural do léxico religioso do português falado no Norte e no Nordeste do Brasil, sendo de extrema importância para o conhecimento da multidimensionalidade que a língua portuguesa assume nos diversos espaços físicos e socioculturais.
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