CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS LÍNGUAS: DA TIPOLOGIA HOLÍSTICA ÀS DEFINIÇÕES CIRCULARES
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40551Słowa kluczowe:
Tipologia linguística, morfossintaxe, palavraAbstrakt
No presente artigo, realizamos uma investigação teórico-histórica de duas grandes inconsistências na tipologia linguística, inseridas na interface morfologia/sintaxe: o uso da noção de palavra (DIXON; AIKHENVALD, 2003) e a classificação morfológica em tipos holísticos (SCHWEGLER, 1990), ambas relacionadas e interdependentes. Intentando avaliar suas origens e superação – ou não –, fazemos uma revisão bibliográfica, acompanhando os primórdios da classificação morfológica (VON SCHLEGEL, 1818), surgida em meio a discussões acientíficas sobre o espírito dos povos e pureza racial. Em seguida, aludimos à inadequação de imensa parte do cabedal teórico europeu às diferentes línguas, com atenção ao caso do mandarim entre as línguas siníticas. Daí, debruçamo-nos sobre propostas mais recentes de estudos no campo da tipologia. Percebemos claramente a persistência do conceito de palavra e seu caráter estruturante para a linguística, mesmo nas propostas mais recentes, bem como utilização disseminada das classificações morfológicas da tipologia holística. Por fim, apontamos alternativas ao uso da palavra como item de análise, bem como outras maneiras de comparar línguas que não as subsumindo inteiramente a tipos morfológicos discretos.
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