Escritas de amor e de morte: a consagração através do gozo e do sacrifício
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2025.v27n1a67882Аннотация
Na obra hipercontemporânea “Enciclopédia da Estória Universal”, o autor português, Afonso Cruz, subverte o formato enciclopédico para explorar verdades e ficções, utilizando personagens-autores fictícios cujas vidas e obras se entrelaçam em um eterno jogo de reencarnação. O resultado disso é uma exploração profunda da escrita como um ato de sacrifício e consagração. Um desses personagens-autores é uma freira carmelita que escreve poemas a Deus como um modo de expressar a busca por um amor espiritual através de uma escrita que expressa um desejo erótico não correspondido. Apoiando-se nos estudos de Georges Bataille e de Roland Barthes, o trabalho argumenta como o erotismo está intimamente ligado à morte e ao sacrifício, e como ele é visto como um meio de consagração e retorno a uma continuidade perdida. E essa consagração, por sua vez, se dá através do sacrifício e do gozo de uma escrita amorosa e erótica. Utilizando obras como o “Cântico dos Cânticos” bíblico e as “Cartas Portuguesas” de Mariana Alcoforado, discutimos, junto dos poemas da freira fictícia, como o amor e o desejo são expressos através da escrita e como esses sentimentos se relacionam com o conceito de sacrifício. Através dessas narrativas, o texto demonstra que o sacrifício amoroso e o desejo carnal são formas de consagração que buscam transcender a individualidade e alcançar o infinito, seja em um contexto religioso, filosófico ou literário.
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