Documentos Baianos: Autos de curandeirismo sob a lente filológica

Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz

Resumo


A edição de textos é uma das atividades mais nobres da Filologia, sendo exercida desde a Antiguidade Clássica, na Grécia. A tarefa de editar está atrelada ao labor praticado pelo ser humano em salvar do esquecimento seus feitos, deixando-os registrados nos mais variados suportes: pedra, argila, papiro, pergaminho, papel e, mais recentemente, nos meios virtuais. Deste modo, os filólogos empreenderam a tarefa de salvaguardar das marcas do tempo os textos, sejam estes literários ou não. Na Bahia, precisamente na Universidade Estadual de Feira de Santana, há o Centro de Documentação e Pesquisa - CEDOC, cujo acervo conta com processos cível e crime dos séculos XIX e XX. Neste acervo, encontramos um processo crime sobre a prática de curandeirismo, o qual vem sendo editado semidiplomaticamente. Para a realização desta edição, procedemos à sua descrição, na qual informamos todos os aspectos extrínsecos, tais como número de fólios, tipo de papel, presença de manchas ou outros danos sofridos pelo suporte, número de linhas, presença de carimbos e/ou sinais especiais, etc.; para a transcrição, trazemos os aspectos intrínsecos, ou seja, a existência de abreviaturas, palavras unidas e/ou separadas, tipo de letra, etc. A opção pela edição semidiplomática se justifica pelo fato de oferecermos, desta forma, um retrato fiel do documento, pois nesse tipo de edição a intervenção do editor é mediana, assim quaisquer pesquisadores terão acesso ao documento sem a necessidade de manuseá-lo, o que evita o seu desgaste físico. Diante do exposto, apresentamos neste artigo a edição semidiplomática do auto de curandeirismo que tem como réus Victorio Araujo da Silva e Pedro Alves d'Almeida. O documento conta com 36 fólios, escritos no recto e no verso. 



Palavras-chave


Filologia; Edição semidiplomática; Autos de curandeirismo.

Texto completo:

PDF

Referências


ACIOLI, Vera Lúcia Costa. A Escrita no Brasil Colônia: um guia para leitura de documentos manuscritos. 2. ed. Recife: UFPE / Fundação Joaquim Nabuco / Editora Massangana, 2003.

BERWANGER, Ana Regina; LEAL, João Eurípedes Franklin. Noções de paleografia e diplomática. Santa Maria: UFSM, 1991.

CAMARGO, Célia Reis. Os centros de documentação das universidades: tendências e perspectivas. In: SILVA, Zélia Lopes da (Org.). Arquivos, patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. São Paulo: Editora da UNESP, 1999. p. 49-63.

CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

CEDOC. Disponível em: http://www5.uefs.br/cedoc/. Acesso em: 29 jan. 2017.

PERINI, Mário. As três almas do poeta (As línguas e o recorte da realidade). In: _______. A Língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola, 2004.

QUEIROZ, Rita de Cássia Ribeiro de (Org.). Manuscritos baianos dos séculos XVIII ao XX: Autos de defloramento. (No prelo).

_______. Documentos do acervo de Monsenhor Galvão: edição semidiplomática. Feira de Santana: UEFS, 2007.

_______. Manuscritos baianos dos séculos XVIII ao XX: Livro de notas de escrituras. Volume 1. Colaboração de Liliane Lemos Santana e Daiane Dantas Martins. Salvador: Quarteto, 2007.

SPINA, Segismundo. Introdução à edótica: crítica textual. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Ars Poetica / Editora da Universidade de São Paulo, 1994.




DOI: https://doi.org/10.24206/lh.v2i2.10010

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2017 LaborHistórico

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Licença Creative Commons

LaborHistórico | ISSN 2359-6910

A Revista LaborHistórico da Universidade Federal do Rio de Janeiro está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.