Documentos Baianos: Autos de curandeirismo sob a lente filológica
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v2i2.10010Palavras-chave:
Filologia, Edição semidiplomática, Autos de curandeirismo.Resumo
A edição de textos é uma das atividades mais nobres da Filologia, sendo exercida desde a Antiguidade Clássica, na Grécia. A tarefa de editar está atrelada ao labor praticado pelo ser humano em salvar do esquecimento seus feitos, deixando-os registrados nos mais variados suportes: pedra, argila, papiro, pergaminho, papel e, mais recentemente, nos meios virtuais. Deste modo, os filólogos empreenderam a tarefa de salvaguardar das marcas do tempo os textos, sejam estes literários ou não. Na Bahia, precisamente na Universidade Estadual de Feira de Santana, há o Centro de Documentação e Pesquisa - CEDOC, cujo acervo conta com processos cível e crime dos séculos XIX e XX. Neste acervo, encontramos um processo crime sobre a prática de curandeirismo, o qual vem sendo editado semidiplomaticamente. Para a realização desta edição, procedemos à sua descrição, na qual informamos todos os aspectos extrínsecos, tais como número de fólios, tipo de papel, presença de manchas ou outros danos sofridos pelo suporte, número de linhas, presença de carimbos e/ou sinais especiais, etc.; para a transcrição, trazemos os aspectos intrínsecos, ou seja, a existência de abreviaturas, palavras unidas e/ou separadas, tipo de letra, etc. A opção pela edição semidiplomática se justifica pelo fato de oferecermos, desta forma, um retrato fiel do documento, pois nesse tipo de edição a intervenção do editor é mediana, assim quaisquer pesquisadores terão acesso ao documento sem a necessidade de manuseá-lo, o que evita o seu desgaste físico. Diante do exposto, apresentamos neste artigo a edição semidiplomática do auto de curandeirismo que tem como réus Victorio Araujo da Silva e Pedro Alves d'Almeida. O documento conta com 36 fólios, escritos no recto e no verso.
Referências
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. A Escrita no Brasil Colônia: um guia para leitura de documentos manuscritos. 2. ed. Recife: UFPE / Fundação Joaquim Nabuco / Editora Massangana, 2003.
BERWANGER, Ana Regina; LEAL, João Eurípedes Franklin. Noções de paleografia e diplomática. Santa Maria: UFSM, 1991.
CAMARGO, Célia Reis. Os centros de documentação das universidades: tendências e perspectivas. In: SILVA, Zélia Lopes da (Org.). Arquivos, patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. São Paulo: Editora da UNESP, 1999. p. 49-63.
CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CEDOC. Disponível em: http://www5.uefs.br/cedoc/. Acesso em: 29 jan. 2017.
PERINI, Mário. As três almas do poeta (As línguas e o recorte da realidade). In: _______. A Língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola, 2004.
QUEIROZ, Rita de Cássia Ribeiro de (Org.). Manuscritos baianos dos séculos XVIII ao XX: Autos de defloramento. (No prelo).
_______. Documentos do acervo de Monsenhor Galvão: edição semidiplomática. Feira de Santana: UEFS, 2007.
_______. Manuscritos baianos dos séculos XVIII ao XX: Livro de notas de escrituras. Volume 1. Colaboração de Liliane Lemos Santana e Daiane Dantas Martins. Salvador: Quarteto, 2007.
SPINA, Segismundo. Introdução à edótica: crítica textual. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Ars Poetica / Editora da Universidade de São Paulo, 1994.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte:
a. Os autores detêm os direitos autorais dos artigos publicados; os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo dos trabalhos publicados; o trabalho publicado está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento da publicação desde que haja o reconhecimento de autoria e da publicação pela Revista LaborHistórico.
b. Em caso de uma segunda publicação, é obrigatório reconhecer a primeira publicação da Revista LaborHistórico.
c. Os autores podem publicar e distribuir seus trabalhos (por exemplo, em repositórios institucionais, sites e perfis pessoais) a qualquer momento, após o processo editorial da Revista LaborHistórico.