Ditongos nasais átonos finais: ontem e hoje

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v7i2.40708

Palavras-chave:

Ditongos Nasais Átonos Finais. Desnasalização. História da Língua. Sociolinguística Variacionista. Português Brasileiro.

Resumo

Neste artigo, versamos sobre os ditongos nasais átonos finais no português a partir de duas perspectivas distintas: (i) uma diacrônica, baseada em pesquisa bibliográfica, voltada à origem do processo de desnasalização e de emergência dos ditongos nasais referidos no português; (ii) uma sincrônica, fundamentada em análise quantitativa da variação fônica na realização dos ditongos nasais em dados de Florianópolis (SC). Os resultados dessas duas investigações indicam instabilidade na realização fonética de segmentos nasais desde o período de formação do português e avaliação negativa de formas desnasalizadas tanto no presente quanto no passado.

Biografia do Autor

Raquel Gomes Chaves, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

É graduada em Letras pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG), Mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Desde o mestrado, desenvolve pesquisas dentro do quadro teórico-metodológico da Teoria da Variação e Mudança Linguística, abordando fenômenos variáveis de interface (fonética, fonologia, morfologia e
sintaxe).

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Publicado

2021-08-28