“A Noite do Castelo e Os Ciúmes do Bardo” de António Feliciano de Castilho: alguns apontamentos sobre o léxico e seu confronto com “Os Lusíadas” de Camões
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v8i2.53617Palavras-chave:
Castilho. Poema. Romantismo. Léxico. Grafia. Substantivação verbal.Resumo
A Noite do Castelo e Os Ciúmes do Bardo é uma coletânea de poemas de António Feliciano de Castilho (1800-1875) publicada em 1836. A obra é constituída por diferentes textos em prosa e em verso. O principal, “A Noite do Castelo”, ocupa mais de metade do livro. É um poema com quatro cantos em decassílabos brancos, antecedido por um longo prefácio e seguido por uns “Reparos”. A obra contém mais dois poemas, também em decassílabos brancos, com textos introdutórios: “Os Ciúmes do Bardo” e a “Confissão de Amélia”, este último uma tradução de um poema francês de Delphine Gay (1804-1855). O tema comum aos três poemas é o homicídio de mulheres à mão dos seus amantes ciumentos.
Neste estudo, apresentaremos a distribuição estatística do léxico presente na obra pelas diferentes classes gramaticais, fazendo uma análise comparativa com Os Lusíadas (1572) de Camões a nível do uso dos verbos, dos substantivos e dos adjetivos. Desta análise concluiremos que o vocabulário da obra de Castilho é mais variado, apresentando, no entanto, influências da obra de Camões. Apresentaremos também algumas particularidades gráficas e fonéticas, e falaremos da substantivação verbal (Relvas, 2001), um recurso estilístico bastante utilizado pelo autor.
Para a obtenção e o tratamento dos dados, servimo-nos de algumas ferramentas informáticas, como o programa Lexicon, o MS Access e o MS Excel, seguindo as propostas relativas ao uso de métodos quantitativos nas Ciências Humanas e Sociais, e em particular na Linguística, de Desagulier (2017), Johnson (2008) e Lawler e Dry (2002).
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