O nacionalismo linguístico em obras didáticas do Maranhão do século XIX
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26901Keywords:
Educação. Língua Portuguesa. Maranhão. Nacionalismo Linguístico. Historiografia Linguística. EnsinoAbstract
Esta pesquisa iniciou-se pela necessidade de estudos sobre a gramaticografia maranhense do século XIX e pela relevância do passado para a identidade do povo maranhense. Tendo em vista as condições desfavoráveis da educação no Brasil, em particular no Maranhão na primeira metade do século XIX, foi relevante a publicação dos corporada pesquisa, sendo estes: Compendio da Grammatica Portugueza, de Padre Antonio da Costa Duarte (1829); Grammatica Elementar da Lingua Portugueza, de Filippe Benicio de Oliveira Conduru (1850); Postillas de Grammatica Geral, Applicada á Lingua Portugueza pela Analyse dos Classicos(1862) e Grammatica Portugueza Accommodada aos Principios Geraes da Palavra Seguidos de Immediata Applicação Pratica(1871), de Francisco Sotero dos Reis. Dessa forma, objetiva-se verificar a presença de nacionalismo linguístico no corpo das obras em análise. A fundamentação teórica desse artigo estrutura-se nos estudos realizados por Cabral (1984); Ribeiro (2000); Orlandi (2000); Guimarães (2005); e Melo (2012). A metodologia fundamenta-se nos princípios da Historiografia Linguística, ao contextualizar a economia, o social, a política e a educação no século XIX, para compreensão do período. Assim sendo, como resultados finais, obteve-se a seleção de vocábulos que determinam a presença de nacionalismo linguístico no corpusanalisado. Dentre eles, palavras de matriz indígena, africana e substantivos próprios e adjetivos pátrios nacionais, assim como foi o processo de construção e inserção destes no cotidiano do povo maranhense.
References
AMARAL, Vasco Botelho de. Cultura, defesa e expansão da língua portuguesa. Lisboa: Revista de Portugal, 1944.
ARAÚJO, Antonio Martins de. A herança de João de Barros e outros estados. São Luís: Ed. AML, 2003.
BASTOS, Neusa. Classes gramaticais: um tratamento histórico – século XX. Limite, nº 6, p. 237-258, 2012. Disponível em: http://www.revistalimite.es/volumen%206/12bast.pdf. Acesso em: 03 ago 2019.
CABRAL, Maria do Socorro Coelho. Política e Educação no Maranhão. São Luís: SIOGE, 1984.
CÂMARA JUNIOR, Joaquim Mattoso. Dicionário de linguística e gramática. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.
CASTELLANOS, Samuel Luís Velázquez. Os Livros Escolares nas Instituições de Ensino no Maranhão Imperial. In: Cadernos do CBHE, 7. ed., Cuiabá: Sociedade Brasileira da História da Educação, 2013.
CERTEAU, Michael de. A invenção do cotidiano. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
CONDURU, Filippe Benicio de Oliveira. Grammatica elementar da lingua portugueza. 13. ed. São Luís: Typhographia Paiz, 1988.
DORES, Marcus Vinícius Pereira. Um estudo comparativo sobre a classe gramatical “nome” nas gramáticas de João de Barros (1540) e de Reis Lobato (1770). Caletroscópio, v. 4, nº Especial, 2016. Disponível em: http://caletroscopio.ufop.br/index.php/caletroscopio/article/view/147/94. Acesso em: 03 ago 2019.
DUARTE, Antonio da Costa. Compendio da grammatica portugueza. São Luís: Typographia Nacional, 1829.
GÓIS JUNIOR, Edivaldo. Movimento higienista e o processo civilizador: apontamentos metodológicos. In: Simpósio Internacional Processo Civilizador, 10. ed. Campinas: UNICAMP, 2007. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais10/Artigos_PDF/Edivaldo_Gois_Jr.pdf. Acesso em: 5 ago 2019.
GUIMARÃES, Eduardo. A língua portuguesa no Brasil. Ciência e Cultura.v. 57, nº 2, p. 24-28, 2005. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252005000200015&script=sci_arttext. Acesso em: 10 dez 2016.
JOTA, Zélio dos Santos. Dicionário de linguística. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1981.
KOERNER, Konrad. Questões que persistem em Historiografia Lingüística. Revista da Associação Nacional de Pós-graduação em Letras e Lingüística. nº 2, p. 45-70, 1996. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/289940450_Questoes_que_persistem_em_Historiograjia_Linguistica. Acesso em: 03 ago 2019.
LEITE, Marli Quadros. Metalinguagem e discurso: a configuração do purismo brasileiro. São Paulo: Humanitas, 1999, p. 79-113.
LESSA, Carlos. Nação e Nacionalismo a partir da experiência brasileira. Estudos Avançados, São Paulo. v. 22, n. 62, p. 237-256, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142008000100016&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 03 ago 2019.
LIMA, Alexandre Xavier. Descrição da ortografia portuguesa: a inserção do princípio etimológico na prescrição e na prática gráficas oitocentistas. Tese (Doutorado em Letras Vernáculas). Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: http://www.posvernaculas.letras.ufrj.br/images/Posvernaculas/4-doutorado/teses/2014/1-LimaAX-ilovepdf-compressed.pdf. Acesso em: 03 ago 2019.
MAZZOLINI, Vitor César de Oliveira. Empréstimo Linguístico e Purismo. Fraseologia, Terminologia e Semântica, Rio de Janeiro: CiFEFil, 2015.
MELO, Sandra Maria Barros Alves. Percurso Histórico da Formação de Professores para a Escola Primária no Maranhão: Império e República Velha. In: IX Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”. João Pessoa, nº 4, 2012, p. 4741-4756. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/8.09.pdf. Acesso em: 10 dez 2016.
NOGUEIRA, Sônia Maria; BASTOS, Neusa Maria O. Barbosa. Língua Portuguesa no Maranhão: Um percurso historiográfico do século XIX. Linha D’Água, nº 17, p. 49-64, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v0i17p49-64.
NOGUEIRA, Sônia Maria. Língua Portuguesa no Maranhão do século XX sob o enfoque historiográfico. São Luís: EDUEMA, 2015.
NOGUEIRA, Sônia Maria. Estudos Historiográficos e o Ensino da Língua Portuguesa. In: Cadernos do CNLF. Rio de Janeiro, v. 13, nº 4, 2009. p. 1408-1425. Disponível em: http://www.filologia.org.br/xiiicnlf/XIII_CNLF_04/tomo_2/estudos_historiograficos_.e_o_ensino_SONIA.pdf. Acesso em: 10 dez 2016.
OLIVEIRA, Rosângela Silva. Do contexto histórico às idéias pedagógicas predominantes na escola normal maranhense e no processo de formação das normalistas na primeira república. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2004.
ORLANDI, Eni P. Metalinguagem e Gramatização no Brasil: Gramática-Filologia-Linguística. Associação Nacional de Pós-Graduação em Letras e Linguística. Campinas, v. 8, nº 1, p. 29-39, 2000.
REIS, Francisco Sotero dos. Postillas de Grammatica Geral, Applicada á Lingua Portugueza pela Analyse dos Classicos. 2. ed. São Luís: Livraria de Magalhães & Cia., 1862.
REIS, Francisco Sotero dos. Grammatica portugueza accommodada aos principios geraes da palavra seguidos de immediata applicação pratica. 2. ed. São Luís: Livraria de Magalhães & Cia., 1871.
RIBEIRO, Maria Luiza Santos. História da Educação Brasileira: a organização escolar. 16. ed. rev. e ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
VIEIRA, Nanci Rita Ferreira; NEIVA, Luciano Santos. Representações nacionalistas na formação histórico-literária brasileira. Ipotesi. v. 18, nº 1, p. 63-72, 2014. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2015/05/art-5-IPOTESI_18_1.pdf. Acesso em: 20 nov 2016.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish with this journal agree to the following:
a. The authors hold copyright of the published papers; authors are the sole responsible party for published papers content; the published paper is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License which allows the sharing of the publication as long as there is acknowledgement of authorship and publishing by Revista LaborHistórico.
b. Authors should seek previous permission from the journal in order to publish their articles as book chapters. Such publications should acknowledge first publishing by LaborHistórico.
c. Authors may publish and distribute their papers (for example, at institutional repositories, author's sites) at any time during or after the editorial process by Revista LaborHistórico.