Os pronomes dativos de 2ª pessoa na escrita epistolar carioca
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v1i1.4786Palabras clave:
pronome, dativo, segunda pessoa, carta pessoal, português brasileiro.Resumen
Neste artigo, analisam-se as formas pronominais dativas de 2a pessoa, quais sejam: os clíticos te e lhe, os sintagmas preposicionados a ti, para ti, a você e para você e o objeto nulo (sem realização fonética). Entende-se por dativo o argumento interno dos verbos de dois ou três lugares, com papel temático de alvo ou fonte, substituível por lhe. Discutem-se os fatores linguísticos e extralinguísticos que atuaram no (des)favorecimento dessas variantes durante o período de difusão do você no português brasileiro, por volta dos anos 1930 (cf. DUARTE, 1995). Descreve-se, também, a combinação do clítico dativo te com o sujeito você em construções como “Você leu o livro que eu te dei?”. Tal combinação, analisada tradicionalmente como “ruptura” da uniformidade de tratamento, é uma construção amplamente aceita e sem estigma social no PB atual (BRITO, 2001). O corpus de análise é constituído por 318 cartas particulares escritas por cariocas e fluminenses no período de um século (1880-1980). Como aparato teórico-metodológico, aplicam-se os pressupostos da sociolinguística variacionista laboviana (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1994) e os da sociolinguística histórica (CONDE SILVESTRE, 2007; HERNÀNDEX-CAMPOY; CONDE SILVESTRE, 2012).
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