A implementação da próclise na escrita de missivistas brasileiros nascidos entre os séculos XIX e XX
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v5i1.24451Parole chiave:
colocação pronominal, mudança linguística, português brasileiroAbstract
Este trabalho apresenta um estudo da ordem dos clíticos em cartas pessoais trocadas entre membros das famílias Pedreira Ferraz – Abreu Magalhães, Frazão Braga, Salgado Lacerda, os noivos Jayme e Maria e diferentes missivistas oriundos de diferentes regiões do Brasil, todos nascidos ao longo do século XIX e XX. Considerando resultados de trabalhos anteriores sobre colocação pronominal e as características da gramática do PB (BRITO; DUARTE; MATOS, 2003; PAGOTTO; DUARTE, 2005; MARTINS, 2010 e CAVALCANTE; DUARTE; PAGOTTO, 2011, entre outros), nosso objetivo é (1) mostrar a implementação da próclise na escrita de brasileiros em formas verbais simples ao longo do tempo e (2) testar a hipótese de M. A. Martins, que mostra competição de gramáticas no contexto de próclise com XV, afirmando haver diferença na frequência de realização dos pronomes com verbo precedido por Sujeito Pronominal, por Sujeito SN e por ADVP-PP. Para tanto, utilizamos uma metodologia quantitativa para a análise de dados, considerando somente sentenças matrizes com verbo na primeira posição e na segunda posição. Os resultados encontrados, em síntese, nos permitem antecipar que, apesar de haver contextos resistentes à entrada da próclise devido às pressões normativas, como contexto de #V1, a partir da segunda metade do século XX, os pronomes átonos se realizam majoritariamente proclíticos. Além disso, com relação ao contexto XV, a partir da segunda metade do século XX, a próclise é categórica, independentemente do tipo de sintagma que antecede o verbo, o que não corrobora a hipótese de M. A. Martins (2010).
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