Hospitalidade e Literatura no Mundo Antigo
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v8i2.50530Parole chiave:
Hospitalidade. Literatura. Homero. Épico de Gilgamesh. Conto de Adapa.Abstract
O mundo antigo é marcado pelas relações de hospitalidade, nas quais estão presentes formas de reciprocidade, alianças de caráter político e econômico e o estabelecimento de códigos culturais. Neste artigo, trataremos das relações de hospitalidade em fontes literárias das sociedades grega e mesopotâmica: os épicos homéricos - Ilíada e Odisseia - e as narrativas mesopotâmicas - Épico de Gilgamesh e Conto de Adapa, à luz das reflexões de Andrew George, Jean-Jacques Glassner, Pitt-Rivers e Mario Liverani. Sob uma perspectiva comparativa, de caráter sociológico e antropológico, as relações de hospitalidade, uma estrutura organizacional compartilhada pelas duas sociedades, diferentes no tempo e no espaço, serão analisadas como uma instituição de caráter informal e como fio condutor na trama entre a vida e a morte, ao revelar uma fronteira cultural entre o mundo humano e o divino.
Riferimenti bibliografici
Fontes Primárias
BRANDÃO, Jacyntho. Sin-léqi-unnínni Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgamesh. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2020.
GEORGE, Andrew. The Epic of Gilgamesh: A new translation. England: Penguin, 1999.
HOMERO. Ilíada. Tradução de Frederico Lourenço. 4ª. São Paulo: Penguin Classic; Companhia das Letras, 2013.
HOMERO. Odisseia. Tradução de Frederico Lourenço. 4ª. São Paulo: Penguin Classic; Companhia das letras, 2011.
IZRE’EL, Shlomo. Adapa and the South Wind: Language Has the Power of Life and Death. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2001.
Fontes Secundárias:
BOTTÉRO, Jean. No começo eram os deuses. Tradução de Marcelo Jacques de Morais. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2011.
BOTTÉRO, Jean; KRAMER, Samuel Noah. (Ed.). Cuando los dioses hacían de hombres: Mitología Mesopotámica. Traducción de Francisco Javier González. Madrid: Akal, 2004.
BRANDÃO, Jacyntho. Primórdios do épico: A Ilíada. In: APPEL, Dier Myrna; GOETTEMS, Miriam Barcellos. (Eds.) As formas do Épico: da Epopeia Sânscrita à Telenovela. Porto Alegre: Movimento, 1992. p. 40-55.
CARVALHO, Alexandre Galvão. Dom e contra dom em Homero: debates e controvérsias. In: CARVALHO, Alexandre Galvão (Org.). Interação Social Reciprocidade e Profetismo no Mundo Antigo. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2004.
COL, Giovanni da; SHRYOCK, Andrew. From Hospitality to Grace: A Julian Pitt-Rivers Omnibus. Chicago: Hau Books, 2017.
DALLEY, Stephanie. Myths from Mesopotamia: Creation, the Flood, Gilgamesh and Others. Oxford: Oxford University Press, 2000.
FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. A Reciprocidade e a Grécia Antiga. In: CARVALHO, Alexandre Galvão (Org). Interação Social Reciprocidade e Profetismo no Mundo Antigo. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2004. p. 43-66.
GEORGE, Andrew. The Babylonian Gilgamesh epic: introduction, critical edition and cuneiform texts. Oxford: Oxford University Press, 2003.
GEORGE, Andrew. The Epic of Gilgamesh: Thoughts on genre and meaning. Peeters, 2007.
GLASSNER, Jean-Jacques. L'hospitalité en Mésopotamie ancienne: aspect de la question de l'étranger. Zeitschrift für Assyriologie und vorderasiatische Archäologie, v. 80, n. 1-2, p. 60-75, 1990.
GONÇALVES, Ana Teresa Marques; SOUZA, Marcelo Miguel de. Epopeias: gêneros, discursos e ações. In: SANTOS, Dominique (Org.). Grandes epopeias da antiguidade e do medievo. Blumenau: Edifurb, 2014.
HALLO, William W., and K. Lawson Younger, eds. The Context of Scripture: Canonical Compositions from the Biblical World. Leiden: Brill, 1997. v. 1.
HIRTH, Keneneth. The Organization of Ancient Economies: a global perspective. Cambridge: Cambridge University Press, 2020.
LEICK, Gwendolyn. Mesopotâmia: A invenção da cidade. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Imago, 2003.
LIVERANI, Mario. Myth And Politics In Ancient Near Eastern Historiography. Ithaca: Cornell University Press; Publication Date: August 2004.
MASETTI-ROUAULT, Maria Grazia. Littérature, mythe et idéologie : mythes et modèles des récits de la création du monde. Annuaire de l'École pratique des hautes études (EPHE), Section des sciences religieuses, v. 126, p. 85-110, 2019.
MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. Tradução de Lamberto Puccinelli. São Paulo: EPU, 1974.
MORALES, Fábio Augusto; SILVA, Uiran Gebara da. História Antiga e História Global: afluentes e confluências. Revista Brasileira de História, v. 40, n. 83, pp. 125-150, 2020.
MÓTTOLA, Marcelo Antonio (2011). Gilgamesh: angustia, muerte y tiempo. Una aproximación a la mentalidad de la Antigua Mesopotamia respecto del tempo. VI Jornadas de Jóvenes Investigadores. Instituto de Investigaciones Gino Germani, Facultad de Ciencias Sociales, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2011.
OLIVEIRA, Gustavo Junqueira Duarte. Tradição Épica, Circulação da Informação e Integração Cultural nos Poemas Homéricos. Tese (Doutorado em História Social). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. São Paulo: 2015.
OPPENHEIM, Leo. Ancient Mesopotamia: Portrait of a Dead Civilization. Chicago: University of Chicago Press, 1964.
POZZER, Kátia Maria Paim. A Epopeia de Gilgames – Amizade e Morte na Mesopotâmia. IN: SANTOS, Dominique (Org.). Grandes Epopeias da Antiguidade e do Medievo. Blumenau: Edifurb, 2014.
ROMILLY, Jacqueline de. Homero: Introdução aos poemas homéricos. Tradução de Leonor Santa-Bárbara. Lisboa: Edições 70, 2001.
SAHLINS, Marshall. Sociedades Tribais. Tradução de Yvone Maggie Alves Velho. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1983.
SETERS, Jonh van. Em busca da História: Historiografia no Mundo Antigo e as Origens da História Bíblica. São Paulo: EDUSP, 2008.
VERNANT, Jean Pierre. Mito e Sociedade na Grécia antiga. Tradução de Myriam Campello. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.
WALLS, Neal. Desire, Discord and Death: Approaches to Near Eastern Myth. Boston: American Schools of Oriental Research, 2001.
WENHAM, Gordon J. Genesis 1–15. Word Biblical Commentary. Waco: Word Books,
Publishers, 1987.
ZAPATA, Horacio Miguel Hérnan ¿Tiene sentido estudiar história antigua del cercano Oriente hoy? Tres razones y algunas reflexiones. Revista Brasileira de História, v. 40, n. 84, p. 193-216, 2020.
##submission.downloads##
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
Os autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte:
a. Os autores detêm os direitos autorais dos artigos publicados; os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo dos trabalhos publicados; o trabalho publicado está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento da publicação desde que haja o reconhecimento de autoria e da publicação pela Revista LaborHistórico.
b. Em caso de uma segunda publicação, é obrigatório reconhecer a primeira publicação da Revista LaborHistórico.
c. Os autores podem publicar e distribuir seus trabalhos (por exemplo, em repositórios institucionais, sites e perfis pessoais) a qualquer momento, após o processo editorial da Revista LaborHistórico.