A Osga e o Vendedor de Passados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2020.v12n23a37179

Palavras-chave:

O vendedor de passados, Agualusa, pós-colonial, bestiário, humanismo

Resumo

Este artigo apresenta uma leitura da obra O vendedor de passados, do angolano José Eduardo Agualusa, na composição de um bestiário das literaturas africanas de língua portuguesa que, ao privilegiar relações entre o humano e o animal, demanda deslocamentos epistemológicos para a abordagem da literatura pós-colonial. A investigação sobre os limites do humano e de suas premissas é submetida à ironia do narrador que inverte, desvia e fratura os paradigmas do pensamento cartesiano, funcionando com um operador desconstrucionista do humanismo tal como tem sido edificado pelo ocidente. Neste romance, percursos e traumas problematizam a divisão da realidade animal, numa poética em que a metáfora animal se dirige a dimensões múltiplas da linguagem como invenção de novos mundos, cujo abrigo encontra-se na própria literatura, numa biblioteca que constitui imaginários, do narrador e das personagens.

Biografia do Autor

Vera Lucia da Rocha Maquêa, UNEMAT - Universidade do Estado do Mato Grosso

Atua no Curso de Licenciatura em Letras - UNEMAT; nos cursos de pós-graduação stricto sensu Mestrado Profissional -PROFLetras UNEMAT e no Programa de Pós-graduação em estudos literários -PPGEL -UNEMAT


Doutora em Letras (Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (2007). Realizou estágio de doutorado na Universidade de Lisboa (2006) e de Pós-doutorado na Université Sorbonne-Nouvelle - Paris 3 (2010-2011). Atualmente é professora Adjunta da Universidade do Estado de Mato Grosso)

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Publicado

2021-05-21