“Foi como se tivesse ficado órfã duas vezes”: Orfandade em O Tibete de África
DOI:
https://doi.org/10.35520/mulemba.2017.v9n17a11637Parole chiave:
órfão, descolonização, retorno, trauma, Margarida ParedesAbstract
Ao funcionar como contracorrente à retórica imperial em torno da família e da casa patriarcais, o tropo literário do órfão oferece uma visão crítica da experiência colonial e pós-colonial portuguesa, enfatizando as ansiedades e os traumas que se viveram particularmente no contexto do fim do Império, da descolonização e do retorno a Portugal dos colonos e seus descendentes. A vivência entre dois mundos (o português e o africano) caracterizadora da trajetória da protagonista de O Tibete de África -- romance publicado por Margarida Paredes em 2006 -- materializa-se num estado de dupla orfandade decorrente, por um lado, da morte do pai e da consequente desagregação da família e, por outro, da perda do lugar onde nasceu -- Angola. É sobre este percurso de orfandade de repercussões simbólicas evidentes que este ensaio de crítica literária se debruça.
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