O fardo da história da (e na) dança: consequências da colonialidade e da decolonialidade para historiografias dos suls do “sul global”
DOI :
https://doi.org/10.58786/rbed.2022.v1.n1.51999Mots-clés :
Historiografia, Dança, Colonialidade, Fardo, IntracolonialidadeRésumé
O presente artigo é um esforço em diagnosticar diferentes fardos que acompanham as historiografias de dança produzidas desde os suls do globo, partindo de minha formação e experiência como historiador da dança e como dançarino e pesquisador de danças de periferia. O objetivo do texto consiste, num primeiro movimento, em analisar como esses diferentes fardos operam, para num segundo movimento, propor a hipótese de que: se a colonialidade nos lega fardos, a decolonialidade não opera necessariamente de modo diferente. Para tanto, o texto recorre ao uso de perguntas focais com intuito provocar o pensamento crítico e evidenciar que, a questão de sujeitos marginalizados em dança importarem não deve ser um pretexto que nos isenta a tratar de métodos e teorias historiográficas. O estudo recorre a fontes históricas e é orientado por teorias e debates existentes no campo dos estudos de dança, da história e da crítica cultural.
Références
CADÚS, Eugenia. Danza y peronismo: disputas entre cultura de elite y culturas populares. Buenos Aires: Biblos, 2020.
CADÚS, Eugenia. Narrativas dominantes y violencia epistémica en la historiografía de las danzas argentinas: posibilidades de desobediencia. Intersticios De La política Y La Cultura. Intervenciones Latinoamericanas, vol. 8, n. 16, p. 143-166, 2019.
CHATTERJEA, Ananya. Red-Stained Feet: Probing the Ground on which Women Dance in Contemporary Bengal. In: FOSTER, Susan Leigh (Ed.). Worlding Dance. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2009, p. 119-143.
CHATTERJEA, Ananya. Heat and Alterity in Contemporary Dance. South-South Choreographies. Londres: Palgrave Macmillan, 2020.
FERRAZ, Fernando. Danças negras: historiografias e memórias de futuro. In: Historiografias da Dança Brasileira. São Paulo: Sesc, 2018. Disponível em: < https://www2.sesc.com.br/portal/site/PalcoGiratorio/2018/Ensaios+e+Criticas/Historiografias+da+Danca+Brasileira/ >. Acesso em 01 dez. 2021.
FRANKO, Mark. Dancing Modernism/Performing Politics. Bloomington: Indiana University Press, 1995.
FRATAGNOLI, Federica; LASSIBILLE, Mahalia. Danser contemporain: gestes croisés d’Afrique et d’Asie du Sud. Montpellier : Deuxième époque, 2018.
GRÜNER, Eduardo. El “lado oscuro” de la modernidad. Apuntes (latino-americanos) para ensayar en clave crítica. Pensamiento de los confines, Nº 21, Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2007, pp. 81-98.
GUARATO, Rafael. Del abandono como práctica historiográfica para una historiografía del abandono. Investigaciones en Danza y Movimiento, v.1, p. 3-21, 2019a.
GUARATO, Rafael. Ballet Stagium e a fabricação de um mito: imbricações entre dança, história, memória e critica de dança. Curitiba: CRV, 2019b.
GUARATO, Rafael. O Culto da história na dança: olhando para o próprio umbigo. In: Anais do VI Congresso ABRACE. São Paulo: Memória Abrace Digital, 2010.
GUARATO, Rafael. Os conceitos de ‘dança de rua’ e ‘danças urbanas’ e como eles nos ajudam a entender um pouco mais sobre colonialidade (Parte II). Arte da Cena, v. 7, n. 1, p. 150–175, 2021.
JAMESON, Fredric. O inconsciente político: a narrativa como ato socialmente simbólico. São Paulo: Ática, 1992.
LAUNAY, Isabelle. A la recherche d’une danse moderne: Rudolf Laban, Mary Wigman. Paris: Chiron, 1996.
LUGONES, María. Colonialidade e gênero. Tabula Rasa., n. 9, 2008, p. 73-102.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramon (coords.) El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, pp. 127-167.
MANNING, Susan. Ecstasy and the Demon: feminism and nationalism in the dances of Mary Wigman. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1993.
MARQUES, Roberta Ramos. Ensino de história da dança e dança documental: por uma história afetiva, emancipada e performativa da dança. In: Anais do IV Congresso Nacional de Pesquisadores em Dança. Goiânia: Anda, 2016, p. 684-694.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Martin Claret, 2004 [1848].
MIGNOLO, Walter. Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Aka, 2003.
MIGNOLO, Walter. The Geopolitics of Knowledge and the Colonial Difference. The South Atlantic Quarterly, 101, n.1, p. 57-96, 2002.
MOMBAÇA, Jotta. Rastros de uma Submetodologia Indisciplinada. Concinnitas. Ano 17, V. 01, nº 28, pp. 341-354, 2016.
MUDIMBE, Valentin Y. The invention of Africa: gnosis, philosophy, and the order of knowledge. Bloomington: Indiana University Press, 1988.
NIETZSCHE, Friedrich. II Consideração Intempestiva: sobre a utilidade e os inconvenientes da história para a vida. In: ______. Escritos sobre história. Rio de Janeiro / São Paulo: PUC-RJ/ Loyola, 2005 [1974], p. 67-178.
PEREIRA, Roberto. Eros Volusia: a criadora do bailado nacional. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.
PURKAYASTHA, Prarthana. Decolonising dance history. In: MORRIS, Geraldine; NICHOLAS, Larraine. (eds). Rethinking dance history. London: Routledge, 2018, pp. 123-135.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, vol. 13, n.9, 1992, pp. 11-20.
REIS, Daniela de Sousa. Representações de Brasilidade nos Trabalhos do Grupo Corpo: (des) construção da obra coreográfica 21. Dissertação (Mestrado em História)- Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.
RODRIGUES, Pietra Pedrosa Silva. História da Dança Vogue em Goiânia: gênero, arte e sociabilidades urbanas (1990-2020). Anais do 6º Congresso Científico Nacional de Pesquisadores em Dança. Salvador: Editora ANDA, 2021. p. 1995-2001.
ROSA, Cristina F. Performing Brazilianness through dance: the case of Grupo Corpo. In: ALBUQUERQUE, Severino J.; BISHOP-SANCHEZ, Kathryn. (eds.) Performing Brazil: Essays on Culture, Identity and the Performing Arts. University of Wisconsin Press, 2015.
SILVA JÚNIOR, Paulo Melgaço. Mercedes Baptista: a dama negra da dança. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2021.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Can the subaltern speak? In: NELSON, Cary; GROSSBERG, Lawrence (eds). Marxism and the Interpretation of Culture. London: Macmillan, 1988, p. 66-111.
TAMBUTTI, Susana; GIGENA, Maria Martha. Memórias do presente, ficções do passado. In: GUARATO, Rafael (Org.). Historiografia da dança: teorias e métodos. São Paulo: Annablume, 2018. p. 157-179.
THIONG’O, Ngugi Wa. Decolonising the mind: the politics of language in African literatures. London: James Currey; Nairobi: Heinemann Kenya, 1987.
VALLEJOS, Juan Ignácio. Embarrar el canon: por una coreopolítica de la abundancia. Arte da Cena, v. 6, n. 2, p. 7–37, 2020.
VALLEJOS, Juan Ignácio. Los debates de la historia de la danza: ¿un diálogo imposible? Telondefondo, n. 20, p. 155-173, 2014.
VERDUGO, Mónica Pinto. Territorio y tensionalidades centro/periferia en la actual enseñanza de la danza en Santiago de Chile.: Relato desde la periférica Escuela A Danzar!. Arte da Cena, 7(1), pp. 115–149, 2021.
WHITE, Hayden. The burden of history. History and Theory, Vol. 5, No. 2, 1966, p. 111-134.
WILCOX, Emily. When places matter: provincializing the ‘global’. In: MORRIS, Geraldine; NICHOLAS, Larraine. (eds). Rethinking dance history. London: Routledge, 2018, pp. 160-172.
Téléchargements
Publiée
Versions
- 2024-05-13 (3)
- 2023-11-30 (2)
- 2022-07-15 (1)
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans la Revista Brasileira de Estudos em Dança sont responsables du contenu des articles signés et en conservent les droits d'auteur. Ils accordent au journal le droit de première publication avec le travail simultanément sous Creative Commons Atribuição-Não Comercial 4.0 License (Open Archives Initiative - OAI). Cette ressource, utilisée pour les revues en libre accès, permet de partager l'œuvre à des fins non commerciales avec mention de la paternité. Si le texte est publié ultérieurement dans une autre revue, l'auteur doit indiquer qu'il a été publié à l'origine comme article dans la Revista Brasileira de Estudos em Dança. Ainsi, même si la revue est propriétaire de la première publication, les auteurs ont le droit de publier leurs œuvres dans des dépôts institutionnels ou sur leurs pages web personnelles, même si le processus éditorial n'est pas terminé.
La revue se réserve le droit d'apporter des modifications normatives, orthographiques et grammaticales afin de maintenir le standard linguistique, en respectant toutefois le style de l'auteur.