Resumo
No presente artigo analisamos os Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação Infantil produzido pelo Ministério da Educação para identificar, no processo histórico e nas contradições econômicas e sociais em que foi gerado, a concepção de formação humana apresentada. A documentação descortinada foi discutida de modo a evidenciar as articulações existentes entre a política brasileira para a qualidade na Educação Infantil, as diretrizes dos organismos internacionais e os estudos que relacionam linearmente esta etapa da educação com inclusão e coesão social. Apresentamos os fundamentos da pedagogia histórico-crítica para a Educação Infantil e sua concepção de homem como singularidade e coletividade. Os resultados obtidos apontam para a necessidade de que se analise o conceito de qualidade na Educação Infantil para além dos discursos que disseminam uma visão de formação baseada no espontaneísmo e no relativismo.
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