Pedagogia da alternância, Gramsci e a formação dos intelectuais camponeses no Brasil

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José Conceição Silva Araujo
Maria Juliana Chaves de Sousa

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a origem da Pedagogia da Alternância enquanto estratégia de formação dos intelectuais orgânicos do campo (camponeses) no Brasil. Trata-se de uma revisão bibliográfica e a partir de autores como Paolo Nosella, Nelson Coutinho e Antônio Gramsci analisa a relação entre tal pedagogia e o pensamento do autor das “Cartas do Cárcere”. Adota uma abordagem qualitativa e baseia-se nos enfoques da Teoria Crítica e da Pedagogia Histórico-Crítica. No Brasil, o modelo de escola que mais se adequa a esse pensamento paradigmático do pensador sardo é aquele adotado pelos Centros Familiares de Formação por Alternância, os quais estão firmadas em quatro pilares: Formação Integral; Desenvolvimento do meio; Alternância e Associação Local.

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Biografia do Autor

José Conceição Silva Araujo, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA

Doutorando em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Licenciatura em Pedagogia pela mesma instituição. Professor de Pedagogia no IFBA, campus Jacobina. Possui experiência na área de Educação, com ênfase em Educação do Campo.

Maria Juliana Chaves de Sousa, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Mestra em Educação pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na linha de pesquisa O ESTADO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO TEMPO PRESENTE – vol 1 295 em Política Educacional, e graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Possui experiência como Coordenadora Técnica Pedagógica e atua como professora da Rede Municipal de Ensino de Poções/ BA.

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