Resumo
O texto reflete sobre as gramáticas sociais, como práticas endoeducativas e culturais de crianças residentes em territórios da Amazônia paraense. Objetiva analisar os sentidos e significados de suas vivências às margens das águas. A investigação, de natureza etnográfica-qualitativa, entrelaça pesquisa bibliográfica e de campo, por meio da observação participante, entrevistas, desenhos e fotografias. Os resultados parciais trazem um mapeamento dos saberes e experiências das crianças com as águas, seus modos de pensar, agir e fazer. A interpretação preliminar levanta possibilidades de uma pedagogia da infância amazônida, ancorada nas gramáticas sociais de crianças que vivem, transitam e constroem seus saberes imbricadas ao regime das águas do mundo amazônico.
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