Resumo
Neste texto, depois de procurarem desconstruir a falsa oposição binária qualitativo-quantitativo, propondo um politeísmo metodológico, os autores centram-se nos paradigmas hermenêuticos e fenomenológicos, onde inscrevem a etnografia como abordagem que pode recorrer a diversas técnicas no sentido de compreender os sentidos que os atores sociais atribuem às suas práticas. Num segundo momento, mostram como a etnografia e a particularidade das entrevistas etnográficas são uma forma de aceder compreensivamente à dimensão interior da escola, buscando e construindo com os sujeitos sentidos e significados que as abordagens sistémicas têm descurado e transformado na caixa negra da instituição escolar.
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