Panorama do Gerenciamento da Saúde por Idosos Residentes no Brasil: Impacto das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Gerenciamento da Saúde/Overview of Health Management by Elderly Residents in Brazil: Impact of Chronic Non-Communicable Diseases on Health Management

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto49663

Palavras-chave:

Terapia Ocupacional, Saúde

Resumo

Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) se encontram em crescente aumento na população idosa, sendo certo que a prevenção de seus fatores de risco é fundamental para evitar sua evolução. O gerenciamento da saúde é uma ocupação focada na capacidade do sujeito desenvolver, gerenciar e manter rotinas para promoção de saúde, contribuindo para prevenção, monitoramento e controle das DCNT. Objetivo: Identificar o panorama nacional do gerenciamento da saúde por pessoas idosas e compreender como realizam esta ocupação, comparando o grupo com e sem DCNT. Método: Estudo transversal, descritivo, exploratório e com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados a partir da aplicação de um questionário. Para observar as possíveis associações entre as variáveis, foi utilizado o teste qui-quadrado. Resultados: A amostra foi composta por 222 idosos. As DCNT mais recorrentes foram: hipertensão, diabetes e doenças reumáticas. A maior parte da população estudada indicou que acompanhava sua saúde por meio da ida regular ao médico e da realização de exames periódicos. Os dispositivos mais utilizados para o gerenciamento da saúde foram o aferidor de pressão arterial e o aparelho celular. A maior parte das pessoas indicou acreditar que a prática do gerenciamento da saúde leva a um envelhecimento saudável e gera um aumento na qualidade de vida. Outrossim, 36,9% da amostra indicou possuir alguma dificuldade para realizar o gerenciamento da saúde. Conclusão: Foi possível delinear um panorama sobre como a população idosa gerencia sua saúde e observar as diferenças na realização desta ocupação pela população com e sem DCNT.

Palavras-chave: Saúde do Idoso. Doenças não transmissíveis. Terapia Ocupacional.

 

Abstract
Introduction: Chronic Non-Communicable Diseases (NCDs) are increasing in the elderly population, and it is certain that the prevention of their risk factors is essential to prevent their evolution. Health management is an occupation focused on the subject's ability to develop, manage and maintain health promotion routines, contributing to the prevention, monitoring and control of NCDs. Objective: To identify the national panorama of health management by the elderly and understand how people perform this occupation, comparing the group with and without NCD. Method: Cross-sectional, descriptive, exploratory study with a quantitative approach. Data were collected from the application of a questionnaire. To observe possible associations between variables, the chi-square test was used. Results: The sample consisted of 222 elderly people. The most recurrent NCDs were: hypertension, diabetes and rheumatic diseases. Most of the population studied indicated that they monitored their health through regular visits to the doctor and periodic exams. The most used devices for health management were the blood pressure gauge and the cell phone. Most people indicated that they believe that the practice of health management leads to healthy aging and generates an increase in quality of life. Furthermore, 36.9% of the sample indicated having some difficulty in performing health management. Conclusions: It was possible to outline an overview of how the elderly population manages their health and observe the differences in the performance of this occupation by the population with and without NCD.

Keywords: Health of the Elderly. Noncommunicable Diseases. Occupational Therapy.

 

Resumen

Introducción: Las Enfermedades Crónicas No Transmisibles (ENT) están aumentando en la población anciana, y es cierto que la prevención de sus factores de riesgo es fundamental para prevenir su evolución. La gestión de la salud es una ocupación centrada en la capacidad del sujeto para desarrollar, gestionar y mantener rutinas de promoción de la salud, contribuyendo a la prevención, seguimiento y control de las ENT. Objetivo: Identificar el panorama nacional de la gestión en salud de los adultos mayores y comprender cómo las personas desempeñan esta ocupación, comparando el grupo con y sin ENT. Metodo: Estudio transversal, descriptivo, exploratorio con abordaje cuantitativo. Los datos se obtuvieron mediante la aplicación de un cuestionario. Para observar posibles asociaciones entre variables se utilizó la prueba de chi-cuadrado. Resultados: La muestra estuvo conformada por 222 ancianos. Las ENT más frecuentes fueron: hipertensión, diabetes y enfermedades reumáticas. La mayoría de la población indicó que monitoreaba su salud a través de visitas al médico y exámenes periódicos. Los dispositivos más utilizados fueron el medidor de presión arterial y el teléfono celular. La mayoría de las personas indicó que la práctica de la gestión de la salud conduce a un envejecimiento saludable y una mejor calidad de vida. Además, 36,9% de la muestra indicó tener alguna dificultad para realizar dicha actividad. Conclusiones: Fue posible esbozar un panorama de cómo la población anciana maneja su salud y observar las diferencias en el desempeño de esta ocupación por parte de la población con y sin ENT.

Palabras clave: Salud del Anciano, Enfermedades no Transmisibles, Terapia Ocupacional.

Biografia do Autor

Caroline de Faria Pizzetti, Universidade Federal do Paraná

Discente de Terapia Ocupacional na Universidade Federal do Paraná.

Andréa Maria Fedeger, Universidade Federal do Paraná

Docente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná.

Ana Carolina Passos de Oliveira, Universidade Federal do Paraná

Docente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná.

Taiuani Marquine Raymundo, Universidade Federal do Paraná

Docente do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná.

Referências

Aciole, G.G., Batista, L.H. (2013). Promoção da saúde e prevenção de incapacidades funcionais dos idosos na estratégia de saúde da família: a contribuição da fisioterapia. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 37, n. 96, pp. 10-19. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042013000100003&lng=en&nrm=iso.

Almeida, A. N. (2002). Determinantes do consumo de famílias com idosos e sem idosos com base na pesquisa de orçamentos familiares de 1995/96. [Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo], Piracicaba. http//doi.org/10.11606/D.11.2002.tde-08012003-081045.

American Occupational Therapy Association (AOTA). (2020). Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process. 4ª ed. The American Journal of Occupational Therapy. v.74, p. 87. http://ajot.aota.org

Bernardes M.S. (2016). O monitoramento domiciliar das condições crônicas e a tomada de decisão por idosos diabéticos e hipertensos. [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo ] São Carlos. p. 113. 10.11606/D.82.2016.de-22062016-112424

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. (2011). Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 / Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, p.160. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf

Castro, A.L.C, Tamanini, R.A.V. (2017). A importância da Terapia Ocupacional na promoção da saúde de idosos para a manutenção da qualidade de vida: uma revisão da literatura. Ling. Acadêmica. Batatais, v. 7, n. 7, p. 99-111. https://intranet.redeclaretiano.edu.br/download?caminho=/upload/cms/revista/sumarios/684.pdf&arquivo=sumario7.pdf

Chodosh J., Morton S.C., Mojica W., Maglione M, Suttorp MJ, Hilton L, Rhodes S, Shekelle P. (2005). Meta-analysis: chronic disease self-management programs for older adults. Ann Intern Med. Set. 20;143(6):427-38. https://doi.org/10.7326/0003-4819-143-6-200509200-00007

Cruz, M.S., Bernal, R.T.I., Claro, RM. (2018). Tendência da prática de atividade física no lazer entre adultos no Brasil (2006-2016). Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 10, e00114817. https://doi.org/10.1590/0102-311X00114817

Cruz, P. K. R. et al. (2020) Difficulties of access to health services among non-institutionalized older adults: prevalence and associated factors. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia [online]. v. 23, n. 06, e190113. https://doi.org/10.1590/1981-22562020023.190113

E-Commerce Brasil. (2019) Com renda 9% superior à média da população, idosos elevam o consumo. https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/idosos-tem-renda-superior-a-media-dapopulacao-e-aumentam-consumo-de-bens-massivos/

Esmeraldo, G.R.O.V. et al. (2017). Tensão Entre o Modelo Biomédico e a Estratégia Saúde da Família: A Visão dos Trabalhadores de Saúde. Revista de APS. v.20 n.1 p.98 – 106. https://doi.org/10.34019/1809-8363.2017.v20.15786

Gandra, A. (2021). IBGE: mulheres somavam 52,2% da população no Brasil em 2019. Agência Brasil. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-08/ibge-mulheres-somavam-522-da-populacao-no-brasil-em-2019

Koifman, L. (2001). O modelo biomédico e a reformulação do currículo médico da Universidade Federal Fluminense. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, pp. 49-69. https://doi.org/10.1590/S0104-59702001000200003

Lindemann, I.L. et al. (2019). Autopercepção da saúde entre adultos e idosos usuários da Atenção Básica de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 24, n. 1, pp. 45-52. https://doi.org/10.1590/1413-81232018241.34932016

Malta, D.C. et al. (2017). Noncommunicable diseases and the use of health services: analysis of the National Health Survey in Brazil. Revista de Saúde Pública [online], São Paulo, v.51, supl.1 4s. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051000090

Mejía S.T., Pham T., Metoyer R., Hooker K. (2020). Older adults’ use of self-monitoring technology within the context of their daily experiences. Gerontechnology. 20 (1): 1-10. https://doi.org/10.4017/gt.2020.20.402.09

Melo, S.P.S.C. et al. (2019). Doenças crônicas não transmissíveis e fatores associados em adultos numa área urbana de pobreza do nordeste brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 24, n. 8, pp. 3159-3168. https://doi.org/10.1590/1413-81232018248.30742017

Ministério da Saúde. (2021). Tendências temporais de comportamentos de risco e proteção relacionados às doenças crônicas entre adultos: diferenças segundo sexo, 2006-2019. Boletim Epidemiológico, Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília - DF, v. 52, n. 7, pp. 1-7. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/edicoes/2021/boletim_epidemiologico_svs_7.pdf

Organização Mundial da Saúde. (2017). Medication Without Harm – Global Patient Safety Challenge on Medication Safety. Geneva: World Health Organization. p.16. https://www.who.int/initiatives/medication-without-harm

Páscoa, G., Gil, H. (2015). O sênior e a aprendizagem das TIC: um potencial contributo para a e-inclusão e seu bem-estar. In: 10ª Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, 2015, Águeda, Portugal. Atas da 10ª Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação. Braga, Portugal: APPACDM - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental. v. 1. pp. 85-90. http://hdl.handle.net/10400.11/2870

Pereira, S. R. M. (2017). Fisiologia do Envelhecimento. In: Freitas, E. V.; PY, L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp.383 - 125.

Pimenta, F. B. et al. (2015). Fatores associados a doenças crônicas em idosos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 20, n. 8, pp. 2489-2498. https://doi.org/10.1590/1413-81232015208.11742014

Rocha, E.F., Paiva, L.F.A., Oliveira, R.H. (2012). Terapia ocupacional na Atenção Primária à Saúde: atribuições, ações e tecnologias. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 20, n. 3, pp. 351-361. http://dx.doi.org/10.4322/cto.2012.035

Secretaria da Saúde: Tocantins. (2020). Doenças Crônicas Não Transmissíveis. https://saude.to.gov.br/vigilancia-em-saude/doencastransmissiveis-e-nao-transmissiveis-/dant/doencas-cronicas-nao-transmissiveis/

Silocchi, C., Junges, J.R. (2017) Equipes de Atenção Primária: Dificuldades no Cuidado de Pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Trabalho, Educação e Saúde [online] v. 15, n. 2, pp. 599-615. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00056.

World Health Organization – WHO (2010). Self-help strategies for cutting down or stopping substance use: a guide. Geneva: the author.

Yabrude, A.T.Z. et al. (2020). Desafios das Fake News com Idosos durante Infodemia sobre Covid-19: Experiência de Estudantes de Medicina. Rev. bras. educ. med., Brasília, v. 44, supl. 1, e140. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.supl.1-20200381

Downloads

Publicado

22-05-2022

Edição

Seção

Artigo Original