Autonomia, consciência e complexidade na língua em uso: uma abordagem cognitiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n2a42511

Palavras-chave:

iconicidade, autonomia, complexidade, construções não finitas.

Resumo

Neste artigo, abordaremos a transição entre corpo-linguagem (corporeidade) por meio da análise de construções gramaticais da língua como um processo revestido de uma complexidade gradiente. Para tanto, focalizaremos o princípio da iconicidade, manifestada nos processos de progressiva complexidade. Explanaremos a importância de nichos cognitivos criados a partir de experiências socioculturais (em graus distintos de consciência sobre o uso) de onde emergem graus de complexidade para, então, focalizarmos o contexto de aquisição do Português do Brasil (PB) como Língua Adicional (LA) e suas implicações para a fluência linguística. Consideraremos, nessa etapa de estudo, dois chineses (um homem e uma mulher), habitantes da cidade de São Paulo, os quais foram entrevistados por Bi (2013) para sua dissertação de Mestrado. Essas duas amostras são similares em termos de período de migração para São Paulo e de língua materna (LM), que é o chinês. A fim de contribuir com os estudos linguísticos, é objetivo deste artigo analisar os usos das construções infinitivas recolhidas nessas entrevistas para, depois, comparar o resultado com a gradiência de complexidade observada nas amostras de dois falantes idosos (um homem e uma mulher) que têm o PB como LM. Os padrões funcionais verificados permitiram-nos validar a hipótese inicial de que a restrição de acesso a contextos interativos reduziria a fluência gramatical nas LAs, configurando, assim, um paralelo icônico relevante. Adicionalmente, evidenciamos que essa gradiência na complexidade de uso das construções infinitivas pode funcionar como um critério eficiente nas avaliações de fluência no PB como LA, já que revela uma adesão gradativa e constante nas situações de fala.

Biografia do Autor

Maria Célia Lima-Hernandes, Universidade de São Paulo

Professora do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH-USP. Pesquisadora CNPq nível 2 [Processo: 313640/2014-9], de 01/03/2015 a 28/02/2020, sobre a situação da sociocultura e da língua portuguesa na China. Pós-doutorado na Universidade de Macau (China, 2010-2011, com bolsa CAPES, sob tutoria de Alan Baxter), Estágio de Pesquisa em 2015-2016, com Bolsa FAPESP, na Universidade de Macau. Doutora pela Unicamp (orientação de Maria Luiza Braga) em Linguística Teórica (Linguística Histórica, com qualificações em Linguística Antropológica e Sociolinguística), Mestre pela USP (orientação de Angela Rodrigues) em Filologia e Língua Portuguesa, com bolsa CNPq [Processo: 135207/1996-7], de 03/1998 a 08/1998, Especialista em Gramática (Lato Sensu - S.Judas Tadeu), graduada pela FEC-ABC (Letras-Inglês) e São Judas Tadeu (Letras-Francês). Mestre em Neurociências (Universidad Europea Miguel de Cervantes - IAEU - Espanha) em 2016. Professora visitante na Universidad de la Republica (Uruguai) em 2010 e da Universidade de Estudos Estrangeiros de Sichuan (2015). 

Renata Barbosa Vicente, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Membro do grupo de pesquisa Mudança Gramatical do Português – Gramaticalização com estudo de itens e construções em evolução gramatical. Também atua no grupo de pesquisa Projeto: História do Português Paulista/ PHPP: Projeto Caipira. É membro do Grupo de Pesquisa Linguagem Cognição e Sociedade - LINCS na FFLCH-USP. Coordena o grupo de pesquisa Letramento, Alfabetização, Tecnologia Digital e Cognição – LATEC no Diretório de pesquisas no CNPq. Atua investigando questões sobre letramento(s), letramento digital, alfabetização, tecnologia digital a favor da leitura e escrita. Tem grande interesse pela pesquisa-ação e também dedica-se aos estudos de cognição e linguagem, pesquisando temas sobre memória e Alzheimer, a partir do projeto de extensão realizado com idosos na UFRPE.

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Publicado

2021-06-21