As palavras, os sinais e o corpo: uma análise da corporeidade em Libras pela perspectiva da linguística cognitiva e suas contribuições para os estudos da tradução em línguas de sinais
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2025.v21n2a68252Resumo
A tradução e interpretação em Libras ultrapassam a simples transposição de palavras entre línguas; envolvem um processo criativo, no qual o corpo do intérprete se torna o próprio meio de construção do sentido (Silva, 2022). O Tradutor e Intérprete de Libras-Português (TILSP) atua como uma “corporificação do texto” (Lakoff; Johnson, 1999), trazendo para o corpo, os gestos e os sinais o significado completo da mensagem original. Essa abordagem vai além do literal, privilegiando uma recriação que respeita a estética, a expressividade e a cultura da comunidade surda, aspectos centrais da língua visual-gestual que é a Libras (Machado, 2019). A tradução literal muitas vezes não transmite o sentido integral do texto original. A simples literalidade pode distorcer a mensagem, pois o conteúdo está intrinsecamente ligado à forma como é comunicado. No caso da Libras, que depende da expressividade corporal, espacial e facial, a tradução precisa ser sensível e criativa, utilizando esses elementos para preservar o efeito comunicativo original. A transcriação (Campos, 2004) se destaca como a estratégia mais adequada para a tradução em Libras. Ela envolve a recriação do texto na língua alvo, respeitando não apenas o conteúdo semântico, mas também os aspectos estéticos e culturais da língua. Nesse processo, o intérprete é mediador, reconfigurando a mensagem para torná-la acessível e impactante para o público surdo. A Libras exige que o intérprete crie imagens visuais e expressões significativas, respeitando a cultura e identidade do público surdo, configurando-se como uma prática inclusiva e democrática.
Palavras-chave: Tradução e Interpretação. Corporeidade. Transcriação. Libras.
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