O processamento de múltiplas dependências não adjacentes em orações relativas no PB

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n1a31631

Palavras-chave:

Dependências não adjacentes, múltiplas dependências, processamento linguístico, concordância.

Resumo

Neste artigo, investigamos o processamento de dependências não adjacentes (DNAs) e suas diferentes configurações no português brasileiro (PB), por falantes adultos. DNAs são definidas como a co ocorrência de marcadores morfossintáticos e/ou fonológicos, com material interveniente, como em A menin-a, em que se observa a dependência entre o determinante e a marca de gênero feminino -a no nome, tendo o material interveniente menin- entre os itens dependentes. No PB, do ponto de vista estrutural, há ocorrências de DNAs do tipo aninhadas (A1 A2 B2 B1), em que os elementos codependentes A2 B2 “se aninham” entre A1 B1, como em OA1 carroA1 que osA2 mecânicosA2 consertaramB2 bateuB1;  e DNAs do tipo alinhadas (A1 A2 B1 B2), em que os elementos dependentes estão em sequência imediata, como em OA1 mecânicoA1 consertouA2 osB1 carrosB1 que bateramB2. Resultados de dois experimentos com a tarefa de labirinto (maze task) revelaram tempo de leitura maior na condição aninhada, sugerindo que dependências nessa configuração causam maior demanda no processamento linguístico. As DNAs foram bastante exploradas no âmbito da aquisição da linguagem, mas pouco se sabe a respeito da habilidade de processamento dessas estruturas em adultos. O estudo em questão lança luz a respeito da discussão do processamento de múltiplas DNAs por adultos no PB e sobre os fatores envolvidos no processamento de múltiplas dependências.

Biografia do Autor

Kessia da silva Henrique, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (conceito 5 CAPES), atuando na área de Processsamento e aquisição da linguagem. Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2016). É especialista em ensino de Língua Portuguesa pelo Instituto de Ensino Superior de Educação de Ibituruna (2017). Graduada em Letras (Português e suas respectivas literaturas) pela UFJF (2013). Possui experiência em ensino de Língua Portuguesa de crianças e adultos, atuando na rede privada e municipal de ensino desde 2013.

Maria Cristina Lobo Name, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Letras Português/Francês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002). É professora associada da Universidade Federal de Juiz de Fora, atuando no Programa de Pós-Graduação em Linguística e no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Psicolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: aquisição da linguagem, aquisição lexical, categorias lexicais e funcionais, processamento prosódico. Coordena o NEALP - Núcleo de Estudos em Aquisição da Linguagem e Psicolinguística. Desenvolveu estágio pós-doutoral no Laboratoire de Recherche sur le Langage, na Université du Québec à Montréal (UQAM, Montreal, Canadá), com Rushen Shi (Ago/2009-Jul/2010). Bolsista em produtividade em pesquisa do CNPq - nível 2.

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Publicado

2020-04-30