Restrições semânticas de animacidade do objeto nulo do Português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2021.v17n3a50198Palavras-chave:
objeto nulo, restrições de animacidade, português brasileiro.Resumo
Com este trabalho, objetivamos fazer algumas reflexões sobre o objeto nulo do português brasileiro e suas restrições semânticas de animacidade. Muitos trabalhos sincrônicos e diacrônicos, formalistas e variacionistas (GALVES, 1984; DUARTE, 1989; CYRINO, 1994, SOLEDADE, 2011; PEIXOTO, 2021) atestam que o português brasileiro (PB) é uma língua que permite objeto nulo praticamente sem restrições. Isso significa que ele pode ocorrer em diversas estruturas sintáticas – coordenação e subordinação (relativas, adverbiais) – e com diversos tipos de antecedente/referente: [+/− animado, +/− específico], sendo preferencialmente [− animado]. Entretanto, um tipo de configuração enfraquece a possibilidade de objeto nulo no PB, apesar de ainda ser possível: quando seu antecedente é [+ animado, + específico]. Vários autores gerativistas propuseram interpretações para o fato, relacionando-o a diferentes naturezas da categoria vazia. Neste artigo, baseados em um corpus de cartas pessoais privadas escritas por brasileiros nascidos durante o século XX, a partir dos resultados de Peixoto (2021), trazemos algumas dessas discussões e resultados de análises quantitativas de dados acerca do objeto nulo no PB e de suas relações com a animacidade do seu referente, evidenciando que a restrição do objeto nulo não é de natureza estritamente sintática, mas semântica, o que Galves (2001) chama de restrição de logoforicidade.Downloads
Publicado
2021-11-03
Edição
Seção
Artigos
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