Sentenças relativas restritivas e apositivas em Língua de Sinais Brasileira: uma análise gerativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2022.v18n1a51318

Palavras-chave:

construções relativas, correferência, língua de sinais brasileira, sintaxe, teoria gerativa.

Resumo

Este estudo investiga a estrutura formal das sentenças relativas restritivas e apositivas na Língua de Sinais Brasileira (LSB), sob uma perspectiva gerativa. Para tanto, realizamos uma pesquisa qualitativa dos dados, compostos por sentenças produzidas por surdos utentes da Libras como principal meio de comunicação. Por meio da observação de conjuntos de duas imagens sobre um mesmo referente, as participantes produziram os dados analisados, gravados em vídeo, transcritos por meio do Sistema de Escrita em Línguas de Sinais (SEL), glosados e traduzidos para o português. A análise indicou que existem sentenças relativas restritivas e apositivas em LSB, as quais apresentam a mesma estrutura sintática, mas com propriedades distintas quanto ao traço suprassegmental que marca a distinção entre restritivas e apositivas e que, possivelmente, tem relação com a propriedade das primeiras de restringir o referente, o que pode ser interpretado como um tipo de foco, em oposição à marcação de pausa inicial e final nas relativas apositivas. Considera-se que essas diferenças são a expressão da relação de (in)definitude entre o Dº e o CP, interpretadas em Forma Lógica – uma hipótese a ser confirmada.

Biografia do Autor

Lizandra Caires do Prado, Universidade de Brasília (Unb)

Pós-Doutoranda pela Universidade de Brasília (PPGL/UnB), com o estudo da categoria dos Determinantes (D/DP) na Língua de Sinais Indígena dos Suruí Paiter, vinculada à linha de pesquisa Teoria e Análise Linguística de Línguas Indígenas. Doutora em Linguística pela mesma universidade, desenvolvendo uma pesquisa sobre a correferencialidade em sentenças relativas restritivas e apositivas na Língua de Sinais Brasileira. Possui mestrado em Linguística, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, com uma análise acerca da estrutura formal dos elementos que compõem a categoria dos determinantes (DP) nessa língua, e graduação em Letras Vernáculas, pela mesma universidade. Além disso, possui Pós-Graduação lato sensu em Libras e Educação de Surdos, pela Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, e graduação em Pedagogia, pelo Instituto Educacional Superior Brasileiro - IDESB. Atuou como professora substituta na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), no curso de Letras/Libras (2021-2022), na Universidade de Brasília (UnB), no curso de Letras (2018), e nesta mesma universidade como professora voluntária nos cursos de Letras e Letras/Libras (2016). Atuou também como docente no Centro Universitário Faculdade de Ciências e Tecnologia (UniFTC), no campus de Vitória da Conquista/BA (2020). Possui experiência em Letras/Linguística, com ênfase em Aquisição da Linguagem e Sintaxe de Línguas Naturais, sobretudo nos aspectos gramaticais da LSB e da LSI.

Rozana Reigota Naves, Universidade de Brasília (unB)

Mestre e Doutora em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Possui Graduação em Letras pela Universidade Católica de Brasília. Professora do Magistério Superior desde 1997, integra, desde 2006, o quadro docente da UnB, vinculada ao Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), atualmente encontrando-se como Professora Associada 4. Credenciada como orientadora de Mestrado e Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL), sua produção científica está relacionada aos seguintes temas: interface entre sintaxe e semântica lexical, constituição do português brasileiro no Centro-Oeste, aquisição de 1ª e 2ª línguas, educação linguística e descrição da língua de sinais brasileira. Colabora com projetos de documentação de línguas indígenas e atua como parecerista ad hoc junto a agências de fomento, tendo sido coordenadora do Grupo de Trabalho Teoria da Gramática da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras e Linguística/ANPOLL (2008-2010) e coordenadora institucional da UnB no Programa de Consolidação das Licenciaturas/CAPES (2011-2013 e 2014-2016). Ao longo da carreira, exerceu diversas funções na gestão universitária, tanto na graduação e pós-graduação como na extensão, pesquisa e inovação e na administração, com destaque para a Direção do Instituto de Letras (2017-2020) e o Decanato de Administração (2021-2022) da UnB.

Profa. Dra. Associada III,  Diretora do Instituto de Letras (2017-atual), exercendo também a função de Decana de Administração da Universidade de Brasília

Paulo Medeiros Junior, Universidade de Brasília (UnB)

Graduado em Letras (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade de Brasília (UnB), 1995; Mestre em Linguística com ênfase em Sintaxe das Línguas Naturais pela Universidade de Brasília (UnB), 2005 e doutor em Linguística com ênfase em Sintaxe e Mudança Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 2014. Atualmente é professor adjunto do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas da Universidade de Brasília, onde atua na Graduação e na Pós-Graduação, desenvolvendo os seguintes projetos de pesquisa: 1) As Propriedades do Sistema CP no Português Brasileiro: Sintaxe, Aquisição e Mudança; Frases interrogativas não-canônicas do PB: Sintaxe e variação; 3) Frases Exclamativas do Português: Sintaxe, semântica e Interfaces. Na mesma Universidade, dirige o GECS - Grupo de Estudos de Cartografia Sintática.

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Publicado

2022-04-23