Mescla conceitual em sonhos na pandemia:
Novas perspectivas para um diálogo entre linguística e psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n1a63056Resumo
Sonhos são um tipo de atividade mental complexo, com inegável importância evolutiva desde suas bases neurológicas, passando por seus possíveis impactos em experiências psicológicas dos sonhadores até seu valor coletivo, em certas culturas (Ribeiro, 2019). O presente trabalho apresenta a conjectura de que há fecundidade recíproca de um diálogo entre o posicionamento acerca da corporeidade basal na simbolização linguística defendida em Linguística Cognitiva e a concepção do psiquismo na teoria psicanalítica. Notadamente, a Psicanálise é um campo disciplinar que trata da subjetividade, abordando processos mentais atravessados por afetos e sobre os quais opera a agência de um ente desejante que constrói, por um saber inconsciente, sua relação com o mundo. Neste trabalho, iniciamos uma elaboração de tal conjectura através de uma análise motivada pela Teoria da Mesclagem Conceitual (Fauconnier, 1994; Fauconnier, 1997; Fauconnier; Turner, 2004) de narrativas oníricas que guardam um caráter singular. Trata-se de narrativas de sonhos de brasileiros coletadas durante o ano de 2020, ou seja, durante o auge pré-vacinação da pandemia de Covid-19, no contexto de um projeto interinstitucional que envolveu três importantes universidades públicas brasileiras (Dunker et al., 2021). As análises apresentadas suportam a ideia de que a Teoria da Mesclagem Conceitual é capaz de dialogar com os conceitos freudianos de condensação e deslocamento, os quais correspondem, respectivamente, à metáfora e à metonímia, prevalentemente.
PALAVRAS-CHAVE: Mesclagem, Sonhos, Pandemia, Linguagem e psicanálise.
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